Fitch avalia setor bancário do Brasil com perspectiva negativa

A agência de classificação de risco Fitch Ratings revisou nesta segunda-feira (30) sua perspectiva para o setor bancário do Brasil. A avaliação caiu de “estável” para “negativa” por conta dos impactos da pandemia do novo coronavírus (covid-19).

De acordo com a agência, além dos bancos, a crise econômica causada pelo coronavírus trará desafios para todos os setores no Brasil. As medidas utilizadas para minimizar os impactos da doença, segundo a Fitch, afetarão ainda mais as empresas, o setor de varejo e as pessoas físicas.

“Este cenário naturalmente muda a dinâmica de crédito para bancos e para todas as instituições financeiras não bancárias no país e deve impactar seus perfis financeiros”, informou a agência.

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Além disso, a empresa ressaltou ainda que a confiança no Brasil estava melhorando, mesmo que de forma lenta, após a aprovação da reforma da Previdência.

Em meio ao cenário otimista, marcado também pelos juros baixos, as empresas estavam levantando dívidas por meio do mercado de capital e reduzindo suas alavancagens com os bancos.

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No entanto, segundo a agência, a liquidez no curto prazo da maior parte das companhias será afetada por conta da pandemia. “O cenário levanta dúvidas sobre a geração de caixa futura e, consequentemente, para a evolução do desemprego no país, considerando as dificuldades de se prever o tempo de recuperação da economia”, avalia a agência.

Fitch corta previsão do PIB global

A Fitch reduziu sua projeção de crescimento da economia global. A expectativa é que o Produto Interno Bruto (PIB) seja reduzido em US$ 850 bilhões ante a previsão anterior por conta dos impactos econômicos da pandemia de coronavírus.

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Conforme o relatório divulgado pela agência, a expectativa é que a economia global avance somente 1,3% em 2020. A projeção anterior, divulgada em dezembro do ano passado, previa um crescimento de 2,5%.

A Fitch salientou ainda que a redução será maior caso as economias do G7 apliquem medidas restritivas mais severas para contar a propagação da doença.

Giovanna Oliveira

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