FGV: Confiança dos empresários cai e atinge menor nível desde outubro

Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (1) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que a confiança dos empresários caiu 2,7 pontos em março, alcançando 94 pontos. Esse é o menor nível desde outubro de 2018.

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) da FGV analisa e consolida os índices de confiança dos quatro principais setores da economia:

  • Indústria
  • Serviços
  • Comércio
  • Construção

Em março, todos os subíndices que integram o indicador recuaram em comparação ao mês anterior. No específico, o confiança caiu 1,8 ponto na indústria e 2,5 pontos na construção. Por sua vez, a confiança do setor de serviços registou a segunda queda seguida. Com isso, o índice retornou ao patamar de novembro de 2018. No caso do comércio, a confiança recuou pela terceira vez seguida, acumulando perda de 8,3 pontos no primeiro trimestre do ano.

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Além disso, a pesquisa mostra que no mês passado a confiança avançou somente em 22% dos 49 segmentos que integram o ICE.

Segundo a FGV, desde 2018 a confiança empresarial tem mostrado “idas e vindas”. Isso por causa das eleições, da calibragem das expectativas com o resultado das urnas e com a onda de otimismo com o novo governo que levaram para o alto o índice de confiança. Entretanto, o ritmo lento da economia e os níveis elevados de incerteza econômica acabaram levando a um desapontamento dos empresários.

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A pesquisa analisou dados de 4.392 empresas, coletados entre os dias 1º e 27 de março.

Série de índices negativos

O ICE não é o único indicador negativo que aparece nas pequisas mais recentes. O Índice de Confiança da Construção (ICST), também da FGV, recuou 0,4 ponto de janeiro para fevereiro. Dessa forma, o índice foi para 85 pontos, em uma escala de zero a 200. No entanto, nas médias móveis trimestrais, o indicador seguiu em alta pelo sexto mês seguido.

De acordo com a pesquisadora da FGV, Ana Maria Castelo, a queda na confiança mostra que ainda segue lenta a recuperação da atividade da construção.

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“Outros indicadores como o de evolução da atividade corrente e o de emprego previsto tiveram crescimento em fevereiro. Mas a queda na confiança indica que o ritmo de recuperação da atividade da construção deve continuar a passos muito lentos”, afirmou Castelo.

A queda da confiança dos empresários da construção, foi um dos principais fatores que fizeram com que houvesse o recuo de janeiro para fevereiro.

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Por sua vez, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV diminuiu 5,1 pontos em março em comparação com fevereiro, na série com ajuste sazonal. Com esse resultado, o ICC desceu a 91,0 pontos, o menor nível desde outubro de 2018. Essa foi a segunda queda seguida do índice após quatro meses consecutivos de avanço.

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Carlo Cauti

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