Ex-funcionários do Facebook explicam porque mudanças da Apple assustam

Ex-funcionários do Facebook (FBOK34) conversaram com a rede de televisão americana CNBC e explicaram o que motiva o temor que a gigante americana, liderada por Mark Zuckerberg, está mostrando sobre as mudanças que serão aplicadas pela Apple na atualização do iOS 14, a próxima que sai para os gadgets da companhia.

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Com a atualização futura do iOS, sistema operacional da Apple (AAPL34), aplicativos que desejam utilizar o IDFA, “identifier for advertisers” (identificador para anunciantes, em tradução livre) terão de pedir autorização para o usuário, que deverão aceitar essa forma de rastreamento. Apesar disso mudar muita coisa para as redes sociais, foi só o Facebook que se manifestou contra.

O Twitter (TWTR34) e o SnapChat, pelo contrário, afirmaram que as mudanças são positivas e que serão boas para preservar a privacidade dos clientes. O Google (GOGL34) se comprometeu a não rastrear mais usuários de forma individual.

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Para o Facebook, porém, a história é outra. O que está em jogo, segundo os ex-funcionários, é um importante dado para a empresa: a conversão por exibição. Essa ferramenta permite que a rede social avalie se uma compra foi feita através de um anúncio publicado nela ou não.

Quando uma pessoa, por exemplo, utiliza o Instagram, que pertence o Facebook, e vê um anúncio, a informação de aquilo foi visto fica registrada, mesmo que a pessoa não compre nada. Se o cliente, dias depois, resolver por buscar o produto que viu no anúncio e adquiri-lo, o Facebook saberá que a venda foi impulsionada por uma propaganda vista primeiro na sua rede. Isso permite à rede social comprovar que o seu anúncio funcionou.

Sem a identificação de usuário, a rede de Zuckerberg não conseguirá provar que ela gerou a intenção de compra. O mérito ficará, usando ainda o exemplo antigo, ao Google ou a outro buscador que a pessoa utilizar para achar o produto que viu primeiro no Facebook.

Além disso, as alterações mudam totalmente a forma que atua o Facebook Audience Network, em que a rede social fornece anúncios em outros aplicativos também utilizando o IDFA. As informações dos usuários colocadas na rede social, nesse caso, são vendidas para fora, linkadas ao IDFA, para que anunciantes consigam localizar melhor os seus nichos.

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Facebook busca melhorar imagem com anúncios

É comum empresários procurarem o Facebook para realizar anúncios focando em uma região ou em um grupo de pessoas específico, o que também irá acabar: o Facebook não poderá, por exemplo, fazer anúncios regionais, uma vez que não poderá vender as informações que possui atreladas ao IFDA.

Se um usuário optar por sair do IDFA, toda a personalização criada pelo Facebook se tornará irrelevante fora dos aplicativos da própria empresa. O iOS 14 pode fazer a receita da empresa de Zuckerberg cair, segundo declaração da própria, em até 50%.

Mesmo sabendo que dificilmente convencerá a Apple a mudar suas novas atualizações, o Facebook, para os ex-funcionários, pode estar em uma empreitada para melhorar sua imagem, defendendo os pequenos comerciantes, que, apesar de pouco, realmente serão impactados.

Além disso, o Facebook estaria buscando melhorar a percepção de seus usuários sobre a plataforma, extremamente impactada desde o escândalo da Cambridge Analytica, em 2018, e trabalha também para que mais pessoas acatem que a rede utilize o IDFA quando as mudanças forem implementadas.

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Vitor Azevedo

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