Grana na conta

Explosões em Cabul, no Afeganistão, deixam dezenas de mortos; 12 militares dos EUA estão entre as vítimas

O Pentágono confirmou nesta quinta-feira (26) a morte de militares americanos após duas explosões próximas do Aeroporto Internacional Hamid Karzai, em Cabul, no Afeganistão. Ao menos 70 pessoas morreram nos ataques, dizem fontes da BBC e do Wall Street Journal. O grupo extremista Estado Islâmico-K, aliado ao EI e rival do Talibã — grupo que tomou o poder no país em agosto –, reivindica a autoria da ação terrorista.

As explosões ocorreram do lado de fora do aeroporto de Cabul, e feriu também guardas do Talibã, disse um representante do grupo islâmico. Uma delas foi registrada em um hotel perto do aeroporto.

Os ataques acontecem em meio a um enorme esforço de retirada de pessoas do Afeganistão após a tomada do país pelo Talibã, parece ter sido causada por um ataque suicida com bomba, disseram autoridades norte-americanas, citando um relatório inicial.

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“Vários militares dos Estados Unidos foram mortos no ataque de hoje no aeroporto de Cabul. Feridos estão recebendo tratamento médico”, disse John Kirby, secretário de imprensa do Pentágono. Há seis mil soldados americanos no Afeganistão. Os EUA vêm retirando suas tropas do país.

“Também sabemos que alguns afegãos foram vítimas desse ataque hediondo. Nossos pêsames e orações vão para os entes queridos e companheiros de equipe de todos os mortos e feridos,” completou.

O general Kenneth McKenzie afirmou há pouco, em coletiva de imprensa, que, até o momento, se sabe de pelo menos 12 mortes de militares americanos e outros 15 ficaram feridos.

Em alerta emitido nessa quarta-feira (25), a embaixada dos Estados Unidos em Cabul aconselhou os cidadãos a evitar o aeroporto, acrescentando que aqueles que já estavam nos portões deveriam partir imediatamente, citando “ameaças à segurança” não especificadas.

Um diplomata ocidental em Cabul informou que as áreas fora dos portões do aeroporto estavam “incrivelmente lotadas” novamente, apesar dos avisos.

Os Estados Unidos e seus aliados organizaram uma das maiores retiradas de pessoal por via aérea da história, transportando cerca de 95.700 pessoas, incluindo 13.400 na quarta-feira, informou a Casa Branca.

As baixas marcam as primeiros mortes de militares dos Estados Unidos no Afeganistão desde uma operação em fevereiro de 2020, quando dois foram mortos a tiros e seis ficaram feridos, segundo a mídia internacional.

De acordo com o general McKenzie, o ataque foi perpetrado por dois homens-bomba, supostamente combatentes do Estado Islâmico-K, que tinham como alvo o aeroporto e um hotel próximo.

“A ameaça do Estado Islâmico é completamente real, e os ataques podem continuar,” destacou. Os Estados Unidos “irão atrás” dos responsáveis, acrescentou.

Estados Unidos retira tropas de Cabul

Em 15 de agosto, as forças do grupo fundamentalista Talibã tomaram controle da capital afegã e colocaram um fim aos 20 anos de ocupação norte-americana na região. Os Estados Unidos, assim como outros países como o Reino Unido, vêm retirando suas tropas de Cabul desde o governo de Donald Trump.

“No momento, estamos em um ritmo para terminar em 31 de agosto,” declarou o presidente Joe Biden, na última terça-feira (24). “Quanto mais cedo pudermos terminar, melhor. Cada dia de operações traz risco adicional às nossas tropas.”

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Segundo Biden, o prazo, contudo, dependia da cooperação do Talibã, que deveria permitir o acesso ao aeroporto de Cabul àqueles que seriam retirados do país até o fim de agosto. Os extremistas exigem que os Estados Unidos saiam do país. O grupo afiliado do Estado Islâmico no Afeganistão também ameaçava com atentados caso as tropas ficassem por mais tempo no Afeganistão.

“Estou determinado a garantir que cumpriremos nossa missão”, afirmou Biden, sobre a saída de Cabul. “Também estou ciente dos riscos crescentes de que fui informado sobre se os nossos soldados permaneçam no Afeganistão.”

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(Com informações da Agência Brasil)

Arthur Guimarães

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