Evergrande chega ao menor valor em 11 anos com nova possibilidade de calote

Após nova declaração e aumento do risco de inadimplência, as ações da Evergrande atingiram seu menor valor em 11 anos nesta segunda-feira (6), cotadas a 1,81 HKD (Dólar de Hong Kong).

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A Evergrande se desvalorizou na bolsa com a chegada do fim do prazo de 30 dias para o pagamento de uma parcela de dívida de US$ 82 milhões.

Além disso, em um arquivamento na noite da última sexta-feira (3), a Evergrande afirmou que foi pressionada por credores para pagar cerca de US$ 260 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhão).

Nesse contexto, o governo da província de Guangdong (onde é a empresa é sediada) convocou o presidente da empresa, Hui Ka Yan, para enviar um grupo de trabalho para “supervisionar a gestão de risco, fortalecer os controles internos e manter as operações normais”.

Com o agravamento do problema da companhia, praticamente todas bolsas asiáticas apresentaram queda.

O índice de Hang Seng, que mensura os ativos da bolsa onde as ações da Evergrande são negociadas, teve uma queda de 1,76%, ante baixa de menos de 0,5% dos demais índices asiáticos.

Destoando disso, o Kospi, da Coreia do Sul, teve alta de 0,17%.

Segundo a Agência Reuters, em uma série de declarações aparentemente coordenadas, o banco central da China, o regulador bancário e de seguros e seu regulador de valores mobiliários “procuraram tranquilizar o mercado de qualquer risco” perante a situação.

Isso ocorrer com o aumento dos riscos de contaminação do sistema financeiro em decorrência das dívidas da empresa – o que poderia provocar um colapso ou uma crise de magnitude relativamente grande.

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Outros especialistas, contudo, frisam que a maior parte dos credores da Evergrande fica na China – o que reduz a possibilidade de um colapso em grande escala, como o ‘Evento Lehman’, emblema da crise de 2009.

Em novembro, ações tombaram com venda

No dia 18 de novembro, os papéis da Evergrande caíram 5,7% após a gigante do mercado imobiliário chinês levantar cerca de US$ 273 milhões com a venda de suas ações remanescentes na empresa produtora de filmes e streaming HengTen Networks – que por sua vez viu seus papéis saltarem quase 25%.

A venda da HengTen foi um dos esforços da Evergrande em sua jornada para levantar capital para seus compromissos. O negócio, à época, valia US$ 2,13 bilhões.

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De acordo com a CNBC, foi fechado um acordo para vender cerca de 1,66 bilhão de ações da HengTen para a Allied Resources Investment Holdings por US$ 1,28 de Hong Kong cada, como informa documento apresentado à bolsa de Hong Kong.

Dívida total da Evergrande é de US$ 300bi

A derrocada da empresa já ocorre desde meados de julho de 2020, contudo, a incorporadora imobiliária ampliou as quedas nos últimos meses com anúncios de que não teria dinheiro para pagar uma dívida da ordem de US$ 300 bilhões.

Atualmente, a companhia cai 87% na Bolsa de Hong Kong desde o primeiro pregão do ano, sendo que a queda dos últimos seis meses é de 84% – ante cotação de 11,78 HKD na primeira semana de junho.

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A Evergrande possui, como ficou conhecida mundialmente, a maior dívida em dólares entre as incorporadoras imobiliárias chinesas e ainda está à beira do calote oficial – algo evitado pela empresa, que ainda tenta contornar a situação.

Nas últimas semanas a companhia chinesa fez o pagamento da 11ª parcela do passivo e retomou a construção de apartamentos devidos aos compradores. Mas isso é apenas uma fração do que o companhia deve.

Como a crise da Evergrande começou

A gigante imobiliária ganhou o noticiário e a atenção dos analistas em meados de setembro, quando veio a público reafirmar que havia uma possibilidade de calote, já que poderia não conseguir honrar suas dívidas.

O comunicado da companhia foi enviado à bolsa quando a Evergrande também reportou que suas vendas mensais caíram quase 50% entre os entre os meses de junho e agosto, passando de passando de ¥ 71,6 bilhões (US$ 11 bilhões) para ¥ 38,1 bilhões (US$ 5,9 bilhões).

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Eduardo Vargas

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