Evergrande: auditoria nunca alertou a empresa sobre o risco do tamanho da dívida

O Evergrande acumulou US$ 300 bilhões em dívida nos últimos anos e nunca recebeu um alerta de sua auditoria. Pelo menos é isso que indica a apuração do Dow Jones Newswires.

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Em relatório anual divulgado meses atrás, a unidade da PricewaterhouseCoopers (PwC), em Hong Kong, aprovou as contas do Evergrande referentes a 2020. Porém, diante da situação financeira da incorporadora imobiliária chinesa, o procedimento normal seria fazer um alerta, expressando dúvidas sobre a capacidade de a empresa manter a solvência por ao menos 12 meses.

O Evergrande está agora à beira do colapso financeiro, pressionada por uma dívida de US$ 88,5 bilhões e com passivos totais que ultrapassam US$ 300 bilhões.

A empresa contratou consultores financeiros, sugerindo uma possível reestruturação. Já o governo da China orientou governos locais a se prepararem para seu eventual colapso do Evergrande e alguns bancos chineses revelaram que estão preparados para absorver um possível calote.

Procuradas, a PWC e o Evergrande não quiseram comentar o assunto da auditoria.

Pagamento pendente do Evergrande abre um mês de incerteza

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Na quinta-feira (23), o Evergrande Group tinha um pagamento de juros de um título em dólar pendente, que vencia no dia. A resposta da empresa à dívida foi silêncio e agora entra em foco o que pode acontecer durante o período de carência de 30 dias.

A incorporadora mais endividada do mundo não deu sinais de ter efetuado o pagamento do cupom de US$ 83,5 milhões, que tem um período de carência antes que qualquer default possa ser declarado.

O período de carência do Evergrande oferece mais tempo para captar recursos. Na semana passada, a incorporadora disse que não havia feito “nenhum progresso material” na venda de participações em suas unidades de veículos elétricos e de administração de imóveis.

Em reunião recente com representantes do Evergrande, reguladores orientaram a empresa a se comunicar de forma proativa com credores de títulos para evitar um default, segundo a Bloomberg.

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Com informações de Estadão Conteúdo. 

Monique Lima

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