Estoques da indústria têm segunda alta consecutiva

Os estoques da indústria cresceram pela segunda vez consecutiva. Os dados são da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

De acordo com a entidade, os estoques da indústria em relação ao planejado subiu para 51,1 pontos, nível mais alto desde setembro. “Esse indicador acende um sinal amarelo, ainda mais nesse momento em que há uma reavaliação da economia“, afirma o economista da CNI, Marcelo Azevedo.

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O cálculo feito pela CNI varia de 0 a 100 pontos. Quando ultrapassa a marca de 50 pontos, indica que o nível de estoque aumentou. Dessa forma, as empresas vão precisar eliminar os produtos em excesso antes de realizar novos investimentos. Além disso, os dados preocupam porque neste ano o Carnaval ocorreu em março e, portanto, mais dias para comercializar produtos.

Veículos

De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) houve um aumento no estoque de veículos entre janeiro e fevereiro, de 255,4 mil para 288,1 mil unidades. Hoje, a quantidade de veículos em estoque equivale a 43 dias. Segundo a Anfavea, o ideal para esse número seria de 30 a 40 dias.

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“Esses dados reforçam uma cautela com a economia”, afirma Eduardo Velho, economista da consultoria GO Associados ouvido pelo portal “G1”. “Os empresários estão esperando o desenrolar das reformas para voltar a investir.”

Produção industrial

A produção industrial brasileira registrou uma contração de 0,8% em janeiro, na comparação com dezembro. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em comparação com o resultado registrado em janeiro de 2018, a queda da produção industrial foi de 2,6%. Essa contração anulou a alta de 0,2% observada em dezembro em comparação com novembro. Um resultado que indica como setor industrial permanece fraco e não consegue crescer de forma intensa no início de 2019.

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“O acumulado nos últimos 12 meses ficou em 0,5%, mantendo a perda de ritmo iniciada em julho de 2018 (3,4%)”, informou o IBGE em nota. Em termos de comparação, em dezembro a indústria brasileira acumulava uma alta de 1,2% em 12 meses.

Renan Dantas

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