“Ignorar ESG significa tomar mais risco”, diz sócio da Rio Bravo Investimentos

Nos últimos anos, não só empresas mas também investidores começaram a olhar para critérios ESG – meio ambiente, social e governança – como uma forma de reduzir os riscos de seus investimentos. O que há pouco tempo era teoria e podia até parecer mito hoje já é realidade – e quem não levar a sério poderá ficar para trás.

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“Para investimentos de longo prazo, ignorar questões em ESG significa tomar risco sem medida. É uma metodologia muito importante, pois são riscos que devem ser mitigados”, explica Evandro Buccini, sócio e diretor de Renda Fixa e Multimercado da Rio Bravo Investimentos.

ESG: muito além de meio ambiente

ESG fala de uma sustentabilidade que não se aplica apenas às questões climáticas no futuro ou de efeitos secundários. A pauta engloba riscos concretos, de questões práticas do dia a dia. É possível enxergar um interesse verdadeiro em investimentos que associam a rentabilidade financeira com o compromisso social, apesar do risco de greenwashing à solta.

“O “G”, de governança, sempre foi muito forte para nós, mesmo antes da sigla em si ter sido criada e difundida. Nosso fundo de ações era diferente, com uma filosofia orientada para o longo prazo e ativista, com uma preocupação em mudar ativamente as empresas que já tinham esse objetivo”, conta Evandro Buccini.

O gestor enxerga que, em breve, o comprometimento de negócios com impacto será um requisito dos investidores para a escolha de aportes, como já é mais visto hoje no exterior.

“Já deixamos de ganhar grandes concorrências, principalmente em imóveis, por limitações ambientais, por exemplo. Tudo isso por uma questão de risco – fazemos a gestão de recursos de terceiros. Se você ignorar ESG, vai se dar mal no longo prazo. Não dá para não considerar, ainda mais em investimentos mais críticos”, explica.

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Em ESG, a trajetória é mais valiosa do que uma prática improdutiva

A Rio Bravo vê a efetividade do ESG justamente na trajetória de um negócio, quando a empresa decide mudar sua gestão e entender o impacto que causa – e como melhorar isso.

“Fazer ESG não é ser, da noite para o dia, o melhor do mundo em avaliar e integrar essas questões em seu processo. O que conta é a trajetória, é o mais importante. Queremos ver se as empresas estão incorporando a sigla, discutindo as melhores práticas, uma boa política de risco, mais do que cobrar que seja absolutamente tudo excelente de maneira imediata”, diz Buccini.

Segundo o diretor de Renda Fixa e Multimercados da Rio Bravo, a análise deve ser profunda, tanto da parte das empresas como do investidor, com todos os requisitos do projeto claros e as questões a serem respondidas. Foi assim que a gestora encarou sua mudança, construindo uma trajetória que fazia sentido, da perspectiva ambiental, social e governamental, além do negócio.

“Precisamos seguir em uma direção que mostre que estamos melhorando. Não seremos a Dinamarca ou a Noruega em ESG, mas o investidor brasileiro precisa ver quem está fazendo direito, até para notar as vantagens disso”, aponta.

Sustentabilidade para a sigla ainda deve ser trabalhada no Brasil

A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) divulgou na última semana a primeira lista de fundos que se encaixam nas novas regras de classificação de investimento sustentável. As diretrizes passam a valer neste ano para o “Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para Administração de Recursos de Terceiros”, que tem hoje 1.075 instituições.

No exterior, Buccini observa, esse tipo de investimento sustentável é muito mais comum. “Oferecemos apenas produtos ESG lá fora. A preocupação com estes assuntos é fundamental para atrair recursos estrangeiros.”

Muito pelos últimos acontecimentos no mundo, como a guerra na Ucrânia, que já acontece há quase 6 meses, investir em um produto ESG implica em proteção e mais estabilidade. “Esse tipo de fundo teve uma performance excelente. Se proteger de petróleo, por exemplo, um combustível fóssil, foi algo muito positivo neste ano. ESG é controle de risco”, diz Buccini.

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Beatriz Boyadjian

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