CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4) devem ter balanços ainda melhores que a Usiminas (USIM5)

A temporada de divulgação de balanços do primeiro trimestre de 2021, iniciada nesta sexta-feira (23) pela Usiminas (USIM5), deve ratificar o bom momento vivido pelas empresas de siderurgia brasileiras. Impulsionadas pela valorização das commodities no exterior, pelo dólar alto e pela demanda aquecida, CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4) devem apresentar desempenhos ainda mais robustos nas demonstrações a serem publicadas nas próximas semanas, segundo analistas do mercado.

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Os números divulgados pela Usiminas, que apurou receita líquida de R$ 7,1 bilhões e teve lucro líquido de R$ 1,2 bilhão nos três primeiros meses de 2021, ficaram acima das expectativas do mercado e alimentam projeções otimistas para as demais empresas do segmento.

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A Usiminas vem conseguindo resultados robustos e finalizou o primeiro trimestre com 1,25 milhão de toneladas de aço comercializadas, sendo 1,17 milhão no mercado interno. Puxado pelos negócios com o setor automotivo, o montante é o maior verificado desde 2014.

CSN deve ser grande destaque do setor

Por outro lado, CSN e Gerdau estão mais ligadas à construção civil, segmento que também está aquecido no momento, e isso poderá se refletir nos números, segundo o sócio da Fundamenta Investimentos, Valter Bianchi Filho.

“Os balanços devem vir fortes, melhores até que o da Usiminas”, projeta Filho. A CSN irá publicar o balanço do primeiro trimestre na próxima quarta-feira (28), enquanto a Gerdau prevê a divulgação em 5 de maio.

Em relatório, o Banco Inter reforçou o cenário positivo para o setor, puxado pela forte demanda no mercado interno em diferentes setores da cadeia produtiva e a alta dos preços do aço no mercado internacional. A valorização da commodity permitiu aumento de receita e ganho de margem, mesmo com a pressão nos custos.

“Acreditamos que a CSN deva ser o destaque no segmento, com vendas maiores e preços mais elevados, além de beneficiada fortemente pelo seu braço de mineração“, indicou a analista Gabriela Joubert, que acompanha o segmento.

Já a XP indicou, no início da semana, que “os melhores preços realizados são o principal destaque neste segmento”. Os analistas mantiveram recomendação neutra para Usiminas. Já para CSN a corretora recomenda a compra do papel e destaca que a companhia tende a se beneficiar dos preços mais altos do minério de ferro e do aço.

Para Gerdau, a recomendação também é de compra. “No Brasil, esperamos margens ainda saudáveis devido aos aumentos de preços e demanda resiliente compensando custos mais altos (sucata e minério de ferro). Nos Estados Unidos, projetamos volumes ainda elevados e preços realizados mais altos. Em relação ao segmento de aços especiais, prevemos números saudáveis com mais um trimestre de recuperação do setor automotivo nos Estados Unidos e nas operações do Brasil”, avaliou a XP.

Usiminas em baixa nesta sexta

Mesmo com a sinalização de bons desempenhos no primeiro trimestre de 2021, os papéis das empresas de siderurgia chegaram a operar em queda durante boa parte desta sexta na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. Na véspera, a Usiminas havia fechado a sessão cotada a R$ 22,38, com valorização de 5,88% e liderando o Ibovespa.

Às 15h30, o papel da Usiminas cedia 0,81%. O cenário, segundo analistas, confirma a velha máxima do mercado de alta na expectativa e queda após a confirmação da notícia, ainda que positiva. Por outro lado, Gerdau apresentava alta de 0,12%, enquanto a CSN subia 0,31% na B3. Os desempenhos revertem o cenário de queda, verificado até o início da tarde.

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O analista da RB Investimentos Stéfano Spinelli lembra que o setor de siderurgia vive momento de euforia na bolsa, com os papéis apresentando forte valorização em 2021. Neste sentido, a queda na sessão desta sexta representa um ajuste. “É um dos poucos setores que está subindo como um todo neste ano. Com China, dólar e também a construção aquecida no mercado interno, a siderurgia passa por quase uma tempestade perfeita”, enfatiza.

As perspectivas para as empresas de siderurgia, como a CSN, seguem favoráveis ao longo dos próximos trimestres. Ainda assim, a XP pondera que a recuperação do setor automotivo é um dos principais pontos a serem monitorados no segmento.

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Fernando Soares

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