Emprego: IBGE registra desocupação de 7% no trimestre até março
A taxa de desocupação no Brasil ficou em 7% no trimestre encerrado em março, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é um dos índices que mede o emprego no país, considerando tanto dados do mercado formal de trabalho quanto informais.

Em igual período do ano anterior, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 7,9%. No trimestre encerrado em fevereiro, a taxa de desocupação estava em 6,8%.
A alta da desocupação na comparação trimestral foi puxada pelo aumento no número de pessoas em busca de trabalho, a chamada população desocupada, que cresceu 13,1% frente ao trimestre encerrado em dezembro de 2024, um aumento de 891 mil pessoas em busca de trabalho. Apesar da alta, a população desocupada permanece 10,5% abaixo do contingente registrado no mesmo trimestre móvel de 2024.
Segundo o IBGE, o aumento da taxa de desocupação na comparação mensal se deve à redução da população ocupada do país. Esse contingente recuou em 1,3 milhão de pessoas (-1,3%) na comparação trimestral, embora permaneça 2,3% acima do número de trabalhadores encontrados pela pesquisa no primeiro trimestre de 2024 (2,3 milhões a mais).
“O bom desempenho do mercado de trabalho nos últimos trimestres não chega a ser comprometido pelo crescimento sazonal da desocupação. Mesmo com expansão trimestral, a taxa de desocupação do 1º trimestre de 2025 é menor que todas as registradas nesse mesmo período de anos anteriores”, destaca a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy.
O número de trabalhadores com carteira assinada não teve variação significativa na comparação com o trimestre móvel anterior (encerrado em dezembro), permanecendo em 39,4 milhões. Já o número de empregados sem carteira no setor privado (13,5 milhões) caiu 5,3% (menos 751 mil pessoas) em relação ao último trimestre de 2024.
“O mercado de trabalho continua resiliente mesmo diante de uma atividade dando sinais de desaceleração. A sazonalidade do emprego, que no início do ano costuma mostrar um aumento na desocupação, devido ao encerramento de contratos temporários firmados no final do ano anterior, ajuda a explicar esse movimento de aumento da taxa de desemprego nos três primeiros meses do ano”, explica Rafael Perez, economista da Suno Research.
Emprego: renda média tem alta de 4%
A renda média real do trabalhador foi de R$ 3.410 no trimestre encerrado em março. O resultado representa alta de 4,0% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 345,048 bilhões no trimestre até março, alta de 6,6% ante igual período do ano anterior.
Entre os grupamentos de atividade investigados pela pesquisa, a comparação com o trimestre encerrado em dezembro de 2024 mostra aumento no rendimento de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (4,1%, ou mais R$ 85) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,2%, ou mais R$ 145), sem variações significativas nos demais grupamentos.
“O cenário de crescimento dos empregos com carteira assinada, que costumam pagar salários mais elevados, tem se refletido em aumento nos rendimentos do trabalho e na massa salarial. Ambos os indicadores estão nas máximas históricas e representam um desafio para o Banco Central, pois tendem a pressionar a inflação, especialmente no setor de serviços. Os dados revelam que o mercado de trabalho continua bastante resiliente e será um vetor importante para sustentar o consumo e a renda das famílias”, completa Rafael Perez, da Suno Research.
À tarde, o Ministério do Trabalho divulga os dados de março do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que registra apenas os dados formais de emprego, a partir das informações cedidas pelas empresas ao governo.
Com Estadão Conteúdo