Privatização da Eletrobras é revista pelo governo, que quer ganhar mais

O governo decidiu rever a proposta de privatização da Eletrobras (ELET6), para poder arrecadar com a venda de ações da empresa estatal. A informação foi dada pelo secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues Júnior. O membro do Ministério da Economia deu uma coletiva de Imprensa após o 31º Fórum Nacional, no Rio de Janeiro.

Rodrigues Júnior espera que o valor fique “alguns bilhões” superior aos R$ 12,2 bilhões. Esta foi a arrecadação estimada pela gestão do ex-presidente da República, Michel Temer. “Acreditamos que essa previsão está subestimada”, afirmou Rodrigues Júnior, segundo a “Folha de S. Paulo”.

O Ministério da Economia retirou da receita para 2019, em maio deste ano, os R$ 12,2 bilhões previstos com a privatização da Eletrobras. De acordo o secretário, o que motivou a decisão foi a falta de garantias de que a operação será concluída em 2019.

“A Eletrobras é um dos ativos mais importantes em que temos trabalhado”, contou o secretário.

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Rodrigues Júnior adiantou que o modelo de venda será divergente do modelo proposto pelo governo Temer. O projeto original baseava-se na emissão de novas ações da Eletrobras, para que a fatia da União na empresa fosse reduzida à acionista minoritária.

“Estamos na formalização… em conjunto com o Ministério de Minas e Energia e Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na discussão da Eletrobras“, indicou o secretário, que não revelou o novo plano de desestatização da empresa de energia.

Com o dinheiro arrecadado pela venda de ações, o governo teria bônus para rever o modelo de concessão de suas usinas hidrelétricas. Assim, a Eletrobras deixaria o sistema de cotas, no qual as tarifas são reguladas.

Ações da Eletrobras

As ações da estatal não sofreram grandes alterações após as informações passadas pelo secretário. Às 16h21, os papeis da empresa caíam 0,76% a R$ 33,97 na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão).

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Privatização apenas em 2020

A secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia (MME), Marisete Pereira, informou em 19 de fevereiro que a privatização da estatal elétrica deveria ser adiada para 2020.

O governo estava reavaliando o modelo de capitalização da Eletrobras na data.

Por causa disso, o Executivo não teria tempo de realizar a venda das ações da estatal no mercado financeiro. Através desse processo o controle da companhia passaria da União para particulares.

“Essa é uma pauta prioritária do ministério. É certo que faremos a capitalização. O ministro [Bento Costa Lima Leite] já afirmou que o processo está mantido. O que estamos discutindo é o modelo, como fazer. Pelo que vejo, deve ficar para 2020 [a privatização da Eletrobras]”, afirmou a secretária-executiva.

Amanda Gushiken

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