Eletrobras: privatização deve ficar ‘mais para frente’, diz Mourão

A privatização da Eletrobras deve ficar para “mais para a frente”, disse o vice-presidente Hamilton Mourão. A afirmação ocorreu em entrevista ao “Político”, site especializado em notícias do setor de óleo e gás.

Além disso, o vice-presidente declarou que a privatização da empresa deve passar por uma “discussão mais aprofundada”. “A Eletrobras é objeto de altas discussões. Até agora não me debrucei em um estudo mais aprofundado sobre o caso. Isso vai ser discutido em algum momento, dentro desse projeto das privatizações que vão ocorrer, mas vejo que a Eletrobras talvez seja jogada mais para frente. Primeiro vai se trabalhar naquelas privatizações que são mais simples de ser”.

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Morão criticou ainda a utilização política das empresas estatais. “Elas [estatais] começam como uma excelente ideia. ‘O estado tem que intervir, tem que fazer’, mas depois ela (estatal) vira um mastodonte. Aí, há o uso político”.

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O vice-presidente também falou sobre Roraima, região mais afetada pela crise humanitária da Venezuela. O país exporta energia para o estado.

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“Temos energia no restante do país, por enquanto, já que a economia não está ainda em um nível de crescimento maior, então temos energia para Roraima e para acabar com a escravidão da energia da Venezuela, com os problemas que o país enfrenta, e também a questão das termelétricas. O consumo de óleo é até difícil de transportar e colocar lá (em Roraima)”.

Energia nuclear

Mourão afirmou que não observa restrições para a entrada de empresas estrangeiras no setor de geração de energia nuclear no Brasil.

“Não vejo [problema]. Começamos com um acordo com Alemanha [para a construção de Angra 1, iniciada em 1972], e tem que terminar Angra 3. A energia nuclear, no final de contas, é uma energia limpa. Temos uma quantidade boa de urânio aqui no país e não podemos fechar as portas para a energia nuclear”, disse.

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Privatização das refinarias

Sobre a privatização das refinarias da Petrobras, Mourão disse que a negociação é “mais simples” do que a da Eletrobras. Na última sexta-feira (26), a estatal informou que irá fazer uma nova rodada de venda de ativos. O objetivo é ampliar o desinvestimento da estatal.

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Renan Dantas

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