Eletrobras (ELET3): Governo quer ter maior poder sobre a empresa, diz Moody’s

Com 46,5% do capital ordinário da Eletrobras (ELET3), o governo brasileiro está “contestando os limites do seu controle estratégico sobre companhia”, diz a Moody’s.

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Conforme explica o relatório da agência internacional da avaliação e ranking de risco, a principal empresa de energia do país, o governo federal tem uma representação de votos limitada a 10% na Eletrobras (ELET3).

“O governo contesta a constitucionalidade da restrição de voto no Supremo Tribunal do país, ao mesmo tempo que procura uma solução negociada na CCAF, a agência federal de mediação e conciliação, que
exige que todos os acionistas deliberem modificações nos acordos existentes”, explica a Moody’s.

Com maior peso e controle de voto, o Estado poderia ter maior interferência os atuais planos de negócios da Eletrobras. Desde que a empresa foi privatizada, a estratégia da companhia inclui a redução de gastos com pessoal, a integração da subsidiária Furnas na controladora e a negociação com os credores para reduzir sua dívida compulsória.

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Interferência do governo na Eletrobras (ELET3)

Conforme analisada, a elétrica Eletrobras (ELET3) e a Vale (VALE3) são empresas que, na visão da Moody’s, podem sofrer mais ou menos interferência governamental de acordo com as mudanças dos interesses políticos.

No documento “Empresas estatais enfrentam riscos crescentes de governança à medida que prioridades políticas mudam”, os especialistas da Moody’s analisaram que a polarização política, as mudanças nas prioridades do governo e as crescentes tensões sociais aumentam os riscos desencadeados por mudanças políticas para as empresas estatais da América Latina.

“A boa governança aumenta a resiliência de uma entidade aos riscos de crédito, mas as mudanças das prioridades governamentais podem forçar as empresas estatais a mudar os modelos de negócios ou as missões públicas de estarem alinhados com políticas governamentais não relacionadas que enfraquecem suas metas financeiras“, afirma o relatório especial.

Atualmente, o Brasil é classificado pela agência como nível de crédito “Ba2” estável.

No âmbito das empresas, a estatal Petrobras (PETR4) está como “Ba1”, a mineradora Vale (VALE3), “Baa3” e a Eletrobas (ELET3) “Ba2”.

Segundo a Moody’s, empresas com governanças fortes conseguem reduzir os riscos de crédito para entidades que estão expostas a riscos ambientais ou descarbonização, por exemplo. Enquanto isso, aquelas com ratings mais baixo tendem a adotar políticas financeiras mais agressivas e governança mais fraca, o que limita sua capacidade de aliviar sua exposição a riscos.

A governança se correlaciona estreitamente com a qualidade do perfil de crédito das companhias.

ELET3 hoje

Nesta segunda-feira, por volta das 14h20 de Brasília as ações da Eletrobras (ELET3) ganhavam fôlego no Ibovespa, com alta de 1,32%, negociadas a R$ 41,60.

Cotação elet3

Gráfico gerado em: 08/04/2024
1 Ano

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Camila Paim

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