Balanços da semana

Eletrobras (ELET3): BTG vê MP com bons olhos e enxerga upside de até 116%

O BTG Pactual (BPAC11) enxergou com bons olhos a medida provisória (MP) entregue pelo governo ao Congresso que trata da privatização da Eletrobras (ELET3). Embora as perspectivas do banco de investimento para a desestatização da companhia tenham sido mantidas, a instituição reiterou a recomendação de compra, com um upside que pode chegar a 116%.

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O BTG ainda atribui uma chance de 50% da privatização acabar acontecendo. Mesmo no cenário atual, a indicação é de compra para as ações preferenciais (ELET6), com preço-alvo de R$ 63.

“Evidentemente, há mais valor significativo a ser desbloqueado se uma privatização for bem-sucedida“, o que faria com que o alvo subisse para R$ 75. Atualmente, os papéis são negociados a R$ 34,65.

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De acordo com o analista João Pimental, a MP entregue possui algumas diferenças sobre o projeto de lei em curso.

A primeira delas é a entrega do texto feita pessoalmente pelo presidente Bolsonaro junto ao ministro da Economia, Paulo Guedes, aos presidentes das Casas legislativas. Isso “mostra sinais muito mais fortes de compromisso do governo em fazer isso acontecer”, afirma o analista.

Privatização da Eletrobras atende demandas de Bolsonaro

Dentre as principais diferenças entre as propostas, está a manutenção de golden shares pelo governo. A ferramenta mantém o poder de veto do governo sobre tópicos específicos. Para alguns analistas do mercado, contudo, esse ponto pode trazer incertezas.

Ademais, na visão do BTG, a MP fará com que seja realizado um aumento de capital na ordem de R$ 50 bilhões, frente a uma capitalização de R$ 24 bilhões prevista anteriormente, diluindo a participação da União na empresa, que hoje gira em torno de 60%.

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Do ponto de vista do governo, comenta o banco de investimento, a medida vem em boa hora pois Bolsonaro quer conter o aumento da conta de energia elétrica no País. A interferência na liderança da Petrobras (PETR4), com a demissão de Roberto Castello Branco, ocorreu em meio à insatisfação com o aumento do preço dos combustíveis.

Assim como ocorre no setor de energia, o aumento das tarifas implica em inflação, o que não é positivo para a popularidade do governo. Com isso, a privatização da Eletrobras poderá estimular uma redução das tarifas.

Credit Suisse está cético; recomendação neutra

O otimismo com a Eletrobras, contudo, não é consensual no mercado. O Credit Suisse, em relatório divulgado nesta quarta, mostra-se mais receoso com as novas informações.

A entrega da MP com certeza é positiva para a companhia, diz o banco, mas é necessário mais apoio político para que a proposta seja aprovada no Congresso em até 120 dias. “A ideia de pagamento da taxa de concessão também parece inicialmente maior do que o esperado, e vemos incerteza para muitas variáveis”, afirma a instituição.

Por volta das 11h48 desta quarta-feira, as ações preferenciais da Eletrobras, alvo de recomendação do BTG, operavam com uma forte alta de 6,94%, a R$ 34,65. Nos últimos 12 meses, o avanço é de 3,56%.

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Jader Lazarini

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