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Eletrobras (ELET3): analistas veem chance de acordo com o governo na disputa por votos do conselho 

A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou um pedido ao Ministro Kássio Nunes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando uma extensão de 90 dias no prazo para as negociações com a Eletrobras (ELET3), com o objetivo de aumentar a representatividade do governo no conselho de administração da empresa.

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Segundo o Itaú BBA, a visão é otimista sobre as chances de um acordo potencial entre o governo federal e a Eletrobras na disputa pelos direitos de voto. “Com base em interações recentes, acredita-se que os acionistas da Eletrobras estariam dispostos a permitir que o governo federal nomeei dois dos nove membros do conselho”, afirmam os analistas.

Neste contexto, o limite de 10% para os direitos de voto permaneceria inalterado. Assim, a Eletrobras provavelmente concordaria com um pagamento anterior ao fundo da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), dado que a dívida é ajustada pelo WACC (Custo Médio Ponderado de Capital) + inflação, o que não destruiria o VPL.

Para os ativos nucleares, os acionistas desejam alterar o acordo da Eletronuclear para remover a obrigação da Eletrobras de capitalizar a empresa se Angra 3 for desenvolvida. 

Sobre os proventos da securitização, o BBA afirma que eles podem ser utilizados para pagar a dívida contraída pelo setor (CCEE) durante a pandemia e a crise hídrica. “Os proventos também poderiam ser usados pelo governo para reduzir tarifas, incluindo uma redução na magnitude do aumento de mais de 40% nas tarifas no Amapá (que foi adiado pela ANEEL)”, diz a casa. 

Neste contexto, o BBA tem recomendação de compra para as ações da Eletrobras, com preço-alvo de R$ 59,56. 

Eletrobras terceiriza negociação trabalhista

A Eletrobras contratou um negociador especialista em Direito Trabalhista para auxiliar na negociação do primeiro Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) após a privatização, conforme informado pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) ao Estadão/Broadcast.  O novo acordo visa corrigir distorções remanescentes da época estatal e adaptar a relação trabalhista ao novo contexto de empresa privada.

O negociador será o advogado Antonio Carlos Aguiar, conhecido por seu trabalho em negociações de grandes empresas no Brasil, para auxiliar na negociação do ACT pós-privatização. 

Aguiar buscará o consenso entre as demandas da empresa e dos sindicatos, com a decisão final sempre a cargo da Eletrobras. A primeira reunião sobre o ACT foi realizada na terça-feira, 2. O vice-presidente de Gente, Gestão e Cultura da Eletrobras, José Renato Domingues, destacou que a contratação externa demonstra respeito à representação sindical e aos profissionais, visando fortalecer a companhia.

No entanto, o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) expressou descontentamento com a terceirização das negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) pela Eletrobras, criticando a proposta da empresa após a primeira rodada de negociações.

A Eletrobras sugeriu reduzir os salários de funcionários que ganham até R$ 15.572,04 em aproximadamente 12,5%, com discussões individuais para salários mais altos, levantando preocupações sobre assédio moral, segundo o CNE.

Outras questões, como mudanças no plano de saúde e retirada de benefícios, também foram mencionadas. A possibilidade de protestos por parte dos empregados foi levantada pelo sindicato. A proposta da Eletrobras inclui o cancelamento do 13º tíquete refeição e redução salarial como medida para evitar demissões, com indenizações para apoiar a transição salarial.

Na reunião, ainda foram discutidos ainda a manutenção de benefícios como auxílio-creche e auxílio educacional, auxílio-funeral, entre outros recebidos pelos empregados na época de estatal.

Desde 2016, a Eletrobras perdeu cerca de 10 mil empregados devido a programas de demissão voluntária ou aposentadorias. Atualmente, a empresa possui 7.903 mil empregados.

BTG enxerga espaço para reestruturação

De olho na Eletrobras, os analistas do BTG retiraram os ativos da sua carteira de dividendos de abril, mas retomaram a posição entre as 10 ações recomendadas no Ibovespa.

Segundo os analistas, a Eletrobras está negociando a uma atraente TIR real, taxa de juros que reflete retorno esperado para um investimento ou projeto, de 12%.

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Enquanto isso, a ELET3 também oferece catalisadores positivos para 2024 ligados ao seu processo de reestruturação que já vem dando frutos.

“A Eletrobras divulgou resultados sólidos no quarto trimestre de 2023 (4T23), apresentando significativa redução de despesas e avançando em seu programa de desinvestimentos e otimizações de estrutura”, afirma o BTG.

Desempenho anual das ações da Eletrobras

Cotação ELET3

Gráfico gerado em: 04/04/2024
1 Ano

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Vinícius Alves

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