Eletrobras (ELET3): ações saltam no Ibovespa nesta quinta; saiba por quê
As ações da Eletrobras (ELET3) fecharam em alta nesta quinta-feira (24), entre os maiores os ganhos do índice, com o mercado repercutindo a informação de que a elétrica está estudando uma incorporação de Furnas, que é subsidiária integral. A notícia de que companhia pediu ao Morgan Stanley para encontrar compradores para suas térmicas também ajuda a impulsionar os papéis.
No fechamento, os papéis ordinários da Eletrobras (ELET3) avançaram 1,38%, cotados a R$ 37,21, enquanto as ações preferenciais (ELET6) subiram 1,80%, a R$ 40,67.
Cotação ELET3
“A Eletrobras tem se valorizado desde ontem após a empresa ter anunciado que está estudando uma incorporação de Furnas, que é subsidiária integral. A notícia animou bastante os investidores e tem feito a ação subir desde ontem. Com isso, a empresa pretende simplificar a estrutura societária e de governança. Recentemente, a companhia também comentou sobre estar estudando a incorporação da Eletropar“, disse Fabio Louzada, economista, analista CNPI e fundador da Eu me banco.
Atualmente, a Eletrobras possui cinco subsidiárias:
- Companhia Hidro Elétrica de São Francisco (Chesf);
- Companhia de Geração e Transmissão de Energia Elétrica do Sul do Brasil (CGT Eletrosul);
- Furnas – Centrais Elétricas (Furnas);
- Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte);
- Eletrobras Participações (Eletropar).
O parque gerador de Furnas conta com 22 usinas hidrelétricas, sendo 10 próprias, 2 em parceria com outras empresas, 9 em regime de participação em Sociedades de Propósito Específico (SPEs) e 1 concessão temporária. Além disso, possui 2 termelétricas e 1 complexo eólico próprios.
Estes empreendimentos somam mais de 18 mil MW de potência instalada, dos quais Furnas detém cerca de 12 mil MW.
Eletrobras contrata Morgan Stanley para vender térmicas, diz site
Segundo o Pipeline, a Eletrobras contratou o banco americano Morgan Stanley para encontrar compradores para suas térmicas, dando início ao processo para desinvestimento dos ativos a gás.
A elétrica já tinha sinalizado ao mercado a intenção de desinvestimento e, em julho, informou que iria começar a estruturar o lançamento da venda, diz a publicação.
Ainda segundo fontes informaram ao Pipeline, o plano da Eletrobras é se tornar referência em energia limpa e, ainda que em tensão com o governo e com a troca de comando, a administração segue com seu planejamento de descarbonização.
“A Eletrobras finalmente aparece om newsflow positivo após a saída do Wilson Ferreira começou com a contratação do Morgan Stanley para venda das térmicas, tirando as dúvidas sobre a continuação no plano de desinvestimentos sob a batuta do novo CEO, Ivan Monteiro”, pontuou Fábio Lemos, sócio da Fatorial Investimentos.
Eletrobras: ‘Tempestade política’ faz analistas revisarem tese
Em revisão sobre a sua tese para as ações da Eletrobras, os especialistas do BTG Pactual destacaram os recentes questionamentos da Procuradoria Geral da República (PGR) acerca da privatização da Eletrobras – que foram enviadas formalmente ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“A PGR apresentou seu parecer ao STF – concordando parcialmente com a pretensão do governo federal de inconstitucionalidade – que questiona o teto de 10% dos votos estabelecido durante o processo de privatização da Eletrobras. Já em junho, o Advogado Geral da União (AGU) Jorge Messias já havia emitido parecer semelhante favorável ao governo, enquanto a PGR opinião era a única pendente”, explica o BTG.
“Nas últimas semanas, as ações da Eletrobras despencou com as notícias relacionadas ao andamento de Angra 3, a saída de seu CEO e, agora, a pressão política acrescida da PGR, que certamente não ajuda. A PGR argumenta que o Governo ‘testemunhou, de mãos atadas, a minoria acionistas limitando seu poder de voto (da União), beneficiando-se exclusivamente e prejudicando exclusivamente o governo’”, segue.
Segundo a casa, a PGR reforça que deter uma participação votante de 42% com a limitação de 10% não é um problema, desde que o governo seja compensado por isso.
O relatório da procuradoria usa o caso da Embraer (EMBR3) como argumento, destacando que no âmbito da sua privatização os maiores acionistas receberam prêmio de 9% para ter o limite de teto de voto.
“No entanto, esquece-se de mencionar que o processo de privatizações foi amplamente debatido e aprovado pela Câmara dos Deputados, Senado e Tribunal de Contas da União. Os acionistas injetaram R$ 31 bilhões na empresa, que foi usado para pagar o extinção do regime de cotas, reduzir tarifas de energia para consumidores finais e ajudar criar vários fundos regionais nos próximos 10 anos”, analisa o BTG.
“Os investidores participaram do oferta porque deu a oportunidade de investir em uma empresa muito melhor gerida, com grande espaço para crescimento com disciplina de capital e governo limitado (ou qualquer acionista individual) influência. É por isso que o limite de votação de 10% foi crucial para o sucesso da operação”, completa.
Os analistas do BTG mantiveram sua recomendação de compra para os papéis da Eletrobras, com preço-alvo de R$ 53.