Fundos internacionais acompanham bolsas e recuam em agosto; veja quais ativos sofreram mais

O mercado de ações sofreu um revés no mês de agosto, no Brasil e no restante do mundo, afetando também todas as classes de fundos internacionais de renda variável, com destaque negativo para os que investem nos mercados emergentes.

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Essa fraca performance nos ativos foi provocada pelo risco associado ao setor imobiliário na China, que passa por turbulência, e afetou os mercados globais. No Brasil, a performance da bolsa seguiu em linha com outros mercados emergentes e também refletiu a onda de aversão a risco.

Já os fundos de renda fixa apresentaram uma recuperação no período – especialmente os que investem em crédito privado, e que seguem apresentando retornos acima do CDI.

Segundo um estudo da XP Investimentos chamado “Panorama dos Fundos”, o principal movimento de recuperação para esses ativos foi observado da metade para o final do mês de maio, marcando uma virada no humor com o mercado de crédito e fechamento generalizado dos spreads.

Nos ativos atrelados à inflação, agosto manteve o movimento de fechamento de prêmios nos instrumentos incentivados (CRIs, CRAs e debêntures de infraestrutura), dando sequência ao movimento iniciado em maio.

Enquanto isso, os ativos indexados ao IPCA, apesar de apresentarem redução de spreads, foram impactados pela abertura dos juros reais e baixo impacto da inflação.

“Em linha com o movimento observado para a indústria de fundos no geral, vemos uma melhora significativa de fluxo nos últimos meses em diversas classes, corroborando uma visão mais positiva para captação de recursos”, diz o relatório.

No mês, o destaque do documento, assinado por Clara Sodré e Ana Arcanjo, ficou para os fundos de crédito, que voltaram a apresentar captação positiva, com uma entrada de R$ 7,72 bilhões.

Renda Variável

Entre os fundos de gestão ativa, a XP destacou o IP Atlas USD FIC FIA BRD Nível 1 que apresentou uma variação positiva de 5,62% em agosto, diante do bom desempenho de algumas empresas presentes na carteira do fundo, como Berkshire Hathaway (BERK34), Charter, Google (GOGL34), Visa (VISA34) e Mastercard (MSCD34). Do lado negativo, InterActive Corporation e Meta (M1TA34) foram os destaques.

Na sequência os fundos Morgan Stanley Global Brands (+4,42%) e DYN Global Dólar (+4,22%) completam o Top 3 maiores retornos no mês. No destaque negativo, em geral, os ativos que possuíam exposição a empresas chinesas de tecnologia foram os que mais sofreram no mês.

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Fundos de renda fixa global

Os retornos dos fundos de renda fixa global voltaram a ser negativos em agosto, marcado por uma forte precificação das curvas de juros ao redor do mundo. Pelo terceiro mês consecutivo, a performance dos títulos de risco mais elevado, high yield, despontou perante a dos papéis investment grade. Ainda assim, gestores seguem pontuando cautela na alocação em títulos high yield perante o cenário atual.

Multimercados globais

O mês passado também foi negativo para os fundos multimercados globais que apresentaram uma performance mediana de -0,08% na versão hedgeada e 2,96% na versão dolarizada.

“Impactados negativamente pela pior performance dos ativos de risco, gestores dos fundos multimercados globais pontuam risco ainda abaixo da média histórica. Os fundos que foram mais impactados negativamente reportam um aumento marginal da exposição a risco nos últimos meses”, diz o relatório.

Fundos de renda fixa

Os fundos de renda fixa que investem em crédito privado seguiram apresentando retornos acima do CDI. O principal movimento de recuperação para esses fundos foi observado da metade para o final do mês de maio, marcando uma virada no humor com o mercado de crédito e fechamento generalizado dos spreads.

Pelo quinto mês consecutivo os fundos de debêntures incentivadas foram melhor perante as demais classes na Renda Fixa. Neste mês, destaque para os fundos hedgeados (+1,37%), enquanto os fundos não hedgeados (+0,78%) foram impactados negativamente pela abertura dos juros reais.

Multimercados Brasil

O principal índice de fundos multimercados do Brasil (IHFA) apresentou queda de 0,73%. Em relação à performance por subclasses, os fundos Long Short/Arbitragem tiveram alta marginal de 0,11%. Os Multimercados Macro apresentam variação de +0,01% no mês, enquanto os fundos Sistemáticos apresentaram variação de -0,11%.

Renda Variável Brasil

A soma dos vários fatores de risco fez com que o Ibovespa encerrasse o mês de agosto no negativo, apresentando uma variação de -5,09%, enquanto o índice de Small Caps apresentou uma variação de -7,43%.

“Em nosso relatório recente que apresenta as Perspectivas de Alocação por classe de fundos, reforçamos a continuidade de uma visão positiva para a bolsa brasileira, em linha com a manutenção de um cenário macro local favorável, expectativa de bons resultados (não extraordinários) das empresas em geral nos trimestres a frente ou que ao menos superem as suas estimativas, além do fluxo dos investidores locais, que ainda parecem estar começando a se posicionar”, finalizou.

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Allan Ravagnani

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