Dotz (DOTZ3): em queda após IPO, empresa avalia follow-on para abrir ações ao varejo

A Dotz (DOTZ3) avalia fazer uma oferta subsequente de ações para tentar aliviar a pressão que recai sobre os seus papéis na bolsa, segundo entrevista do presidente-executivo da administradora de programas de fidelidade e fintech, Roberto Chade, à Reuters.

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Desde que realizou a abertura de capital (IPO, na sigla em inglês), em maio de 2021, os papéis da empresa, restritos à investidores qualificados – com mais de R$ 1 milhão aplicados -, acumulam uma desvalorização de 76%.

A expectativa é que, com o follow-on da Dotz, as ações voltem as métricas originais, baseadas nos fundamentos da empresa. “Estamos estudando fazer isso”, disse Chade à agência de notícias, explicando que ainda não há definição sobre se uma oferta subsequente será mesmo feita, nem quando.

A estratégia de desbloquear as ações vai ao encontro do planejamento estratégico da companhia, que tem planos de crescimento expansivo em termos de rentabilidade pelo menos até o ano de 2023.

Apesar disso, segundo Chade, os negócios baseados em planos de crescimento acelerado devem ainda enfrentar volatilidade no Brasil neste ano devido ao ciclo de aperto monetário em curso pelo Banco Central para tentar conter a inflação.

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Os planos são de a empresa seguir ampliando investimentos neste ano, dando sequência ao resultado do ano passado, quando seus investimentos cresceram cerca de 50% em relação a 2020 no consolidado até o terceiro trimestre, segundo ele.

“No primeiro trimestre de 2023, as coisas devem começar a voltar ao normal”, disse ele. “Podemos atingir o break even (lucratividade) no ano que vem”, acrescentou.

Nova oferta da Dotz será baseada na instrução 400

Originalmente, a oferta inicial de ações da Dotz foi feita com base na instrução 476 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Esta norma facilita a emissão uma vez que exige do emissor menos informações financeiras.

Entretanto, a fim de não criar assimetrias, a regra também restringe a comercialização dos papéis apenas aos investidores chamados de qualificados – e que comprovam isso ao ter mais de R$ 1 milhão investidos.

A prática, no entanto, não se mostrou assim, e os papéis da companhia chegaram a ser ofertados por algumas corretoras e por alguns meses ao público em geral, até que as transações foram depois bloqueadas pelo órgão regulador, que proibiu a compra por investidores não qualificados.

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A partir daí, investidores de varejo só puderam vendê-los a investidores qualificados. Desde então, as ações ordinárias da empresa sofrem com o cenário macroeconômico e a baixa do varejo eletrônico.

Com uma nova oferta no âmbito da instrução 400, dirigida inclusive para investidores de varejo, a base de acionistas cresceria e daria maior liquidez aos papéis da Dotz. Isso acontece porque a norma exige que a companhia divulgue as informações financeiras completas, desbloqueando assim a negociação de todos papeis.

Se levada adiante, a medida da Dotz deve ter o mesmo modelo anunciado na semana passada pelo BR Partners (BRBI11), que deve colocar seus novos papéis na bolsa sob as normas da instrução 400, e, hoje, pela 3Tentos (TTEN3).

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Eduardo Vargas

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