Dólar recua 1,11% com leilões do BC e tem maior queda em duas semanas

O dólar encerrou as negociações desta sexta-feira (15) em queda de 1,11%, frente ao real, valendo R$ 5,4545 na venda, sua maior queda em duas semanas. Investidores monitoraram dados dos Estados Unidos e balanços corporativos, que em geral agradaram.

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O ambiente externo de apetite ao risco, com alta das Bolsas em Nova York, e o efeito cumulativo das intervenções do Banco Central minaram o fôlego do dólar no mercado doméstico de câmbio nesta sexta-feira (15).

No fim da manhã, sob efeito de leilões de swaps (extra e de rolagem) e de declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, a moeda à vista chegou a ser negociada abaixo do patamar de R$ 5,44, ao registrar a mínima de 5,4346 (-1,48%). Com uma redução do ritmo de perdas ao longo da tarde, o dólar voltou a rodar na casa de R$ 5,45, mas ainda assim fechou em queda firme, de 1,11%, cotado a R$ 5,4547. Com o tombo hoje, a divisa americana fechou a semana em queda 0,77% e avança de apenas 0,16% em setembro.

Operadores destacam que o real voltou a andar em sintonia com seus principais pares entre as divisas emergentes, já que o rand sul-africano e o peso mexicano também apresentaram ganhos de cerca de 1% em relação à moeda americana hoje. O índice DXY – que mede a variação do dólar frente a seis divisas fortes – operava perto da estabilidade, abaixo da linha dos 94 mil pontos.

Movimentação do dólar hoje

O dólar recuava no início do dia, mas no fim da manhã exibia ganho modesto, com indicadores no radar. As vendas no varejo dos EUA contrariam a previsão de queda e avançaram 0,7% em setembro ante agosto. Já o índice de sentimento do consumidor no país elaborado pela Universidade de Michigan recuou a 71,4 na preliminar de outubro, ante expectativa de alta a 73,0. Após o dado de sentimento, o dólar chegou a exibir modesta perda de fôlego, em movimento pontual.

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Por volta das 11h10, o dólar à vista foi à mínima do pregão, de R$ 5,4344, numa queda de 1,48%. A moeda norte-americana chegou a devolver um pouco das perdas, mas segue tendência de queda nesta tarde. Às 14h27, o dólar comercial cedia 1,32% frente ao real, sendo negociado a R$ 5,443 na venda.

O responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, atribui a aceleração das perdas a um movimento de realização do mercado. Segundo ele, após injeções grandes e seguidas de liquidez no mercado futuro pelo Banco Central, via leilões novos de swap cambial, e diante da queda do dólar no exterior ante outros pares emergentes do real, o mercado responde com esse movimento de realização.

Notícias que movimentaram o dólar

Além disso, veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:

  • Levar a inflação de 2022 para meta é “perfeitamente possível”, disse Campos Neto
  • IBC-Br sobe 6,41% no ano até agosto, diz Banco Central
  • Inflação em setembro foi maior para as famílias de renda menor

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Banco Central fará de tudo para atingir meta de inflação, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta (15), em relação a inflação para meta de 2022, que é perfeitamente possível fazer o trabalho, a menos que outros choques aconteçam, com esse ritmo que estamos mantendo”. “Entendemos que é importante ancorar as expectativas,” disse, reforçando que a autoridade monetária fará o preciso para cumprir a meta.

O presidente do BC ainda destacou que a reprecificação dos serviços represados durante a crise não é linear e que é difícil avaliar quanto da alta desses preços está relacionada a esse repasse atrasado e quanto é indexação. Campos Neto também afirmou que a desaceleração econômica na Ásia provoca a acomodação dos preços de algumas commodities, mas ponderou que, por outro lado, há aumento da energia no mundo.

Segundo Campos Neto, o IPCA de setembro foi melhor do que esperado, mas ele destacou que o BC não se prende a dados de alta frequência e que olha mais a tendência e os dados qualitativos. Afirmou também que o pico da inflação em 12 meses deve ser setembro (10,25%) e depois tende a convergir.

Prévia do PIB, IBC-Br sobe 6,41% no ano até agosto

Apesar dos efeitos da pandemia de covid-19 sobre a economia, o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) acumulou alta de 6,41% em 2021 até agosto, informou nesta sexta-feira, 15, a autoridade monetária. O porcentual diz respeito à série sem ajustes sazonais. Pela mesma série, o IBC-Br apresenta alta de 3,99% nos 12 meses encerrados em agosto.

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O indicador subiu 6,26% no acumulado do trimestre de junho até agosto de 2021 ante o mesmo período do ano passado, na série sem ajuste.

Conhecido como uma espécie de “prévia do BC para o PIB”, o IBC-Br serve mais precisamente como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses.

Famílias de renda baixa foram mais impactadas pela inflação

O Indicador de Inflação por Faixa de Renda acelerou para todas as faixas no mês de setembro, mas revelou uma inflação mais acentuada para as famílias de renda muito baixa, com índice de 1,3%, enquanto o grupo de renda alta ficou em 1,09%. Os dados foram divulgados hoje (15) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A inflação para o segmento de renda baixa foi de 1,2% no mês, para a renda média baixa, 1,21%, e para o segmento de renda média alta foi de 1,04%.

Segundo o instituto, o grupo habitação exerceu a maior pressão inflacionária para as famílias dos três segmentos de renda mais baixa. Para as famílias de renda muito baixa, pesaram os reajustes de 6,5% das tarifas de energia elétrica, de 3,9% do gás de botijão e de 1,1% dos artigos de limpeza. Já os alimentos em domicílio foram puxados especialmente pelas frutas (5,4%), aves e ovos (4%) e leites e derivados (1,6%).

Cotação do dólar nesta quinta (14)

Na última sessão, quinta-feira (14), o dólar fechou em alta de 0,13%, frente ao real, valendo R$ 5,516 na venda.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Bruno Galvão

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