Alta de Treasuries e veto à desoneração seguram queda do dólar

Para fechar a semana, nesta sexta-feira a cotação do dólar oscilava para baixo no mercado à vista pela manhã, favorecendo moedas estrangeiras. Contudo, a moeda conseguiu segurar as quedas, com dois principais impulsionadores.

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O primeiro dos fatores que impactou o dólar nesta manhã foi a variação positiva dos juros futuros, alcançando altas e seguindo rendimentos dos Treasuries no retorno do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos. O segundo, o veto integral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto de lei que prorroga até 31 de dezembro de 2027 a vigência da política de desoneração da folha de pagamentos de 17 setores econômicos.

Lula veta política de desoneração da folha de pagamentos

Os investidores estão focados no pronunciamento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para esclarecer o veto integral à desoneração. O ministro reiterou que a desoneração da folha de pagamentos no formato atual é inconstitucional e que o governo tem obrigação e autorização constitucional para rever benefícios fiscais.

Ele também disse que após a conferência sobre as mudanças climáticas, que vai de 30 de novembro a 12 de dezembro, apresentará medidas específicas para determinados setores ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e que o governo também levará propostas ao Congresso para pacificar a questão da desoneração da folha.

A decisão do presidente Lula de vetar a desoneração da folha de pagamentos é positiva do ponto de vista fiscal, mas muito incerta do ponto de vista político, diz a LCA, em nota a clientes nesta manhã. “Tem uma chance razoável de ser derrubada pelo Congresso.”

Segundo a consultoria, o veto, se mantido, ajudará o governo no seu esforço para equilibrar as contas fiscais em 2024. “O tema, porém, é politicamente delicado, pois, a força política na Câmara e Senado pela manutenção desta medida é muito elevada e o Congresso também poderá ter votos suficientes para derrubar o veto e restituir o benefício às empresas”, destaca.

A medida, lembra a LCA, beneficiaria 17 setores da economia até 2027, que pagariam uma contribuição previdenciária entre 1% e 4,5% da receita bruta e deixariam de recolher 20% sobre a folha de pagamentos. Para a rejeição de um veto é necessária a maioria absoluta dos votos de deputados e senadores, ou seja, 257 votos de deputados e 41 votos de senadores, computados separadamente, ressalta.

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Cotação do dólar e índices internacionais

No exterior, o dólar recua ante outros pares rivais, mas está sem direção única frente às divisas emergentes e ligadas a commodities na volta do feriado em Nova York em meio à alta dos juros dos Treasuries e sinais mistos no mercado futuro de ações americano e bolsas europeias. Os mercados acionário e de Treasuries em Wall Street fecham mais cedo nesta sexta, e a liquidez nos negócios pode ser reduzida.

Entre moedas emergentes ligadas a commodities, o peso mexicano ampliou levemente sua valorização frente ao dólar, logo após a publicação do Produto Interno Bruto (PIB) do México, com alta de 1,1% no terceiro trimestre ante o anterior, quando analistas ouvidos pela FactSet previam avanço de 0,9%.

Às 9h36, a cotação do dólar à vista caía 0,15%, a R$ 4,8996. O dólar futuro (dezembro) cedia 0,16%, a R$ 4,9020.

Com informações de Estadão Conteúdo.

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Camila Paim

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