Dólar recua após payroll acima do consenso

O dólar opera em baixa em meio à persistente alta do petróleo. Mas o ajuste é estreito em meio à valorização dos juros dos Treasuries e do dólar no exterior, com foco dos investidores voltado à publicação do relatório de empregos dos EUA em março, o payroll.

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São monitoradas tensões geopolíticas, com intensificação da crise entre Israel e Irã, que promete uma resposta ao ataque promovido contra a embaixada do país na Síria.

O mercado local digere ainda a queda do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), de 0,30% em março, conforme divulgou a Fundação Getulio Vargas (FGV), enquanto o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) teve déficit primário de R$ 48,692 bilhões em fevereiro, informou o Banco Central.

O resultado fiscal de fevereiro foi o pior desempenho das contas consolidadas do País para o mês na série histórica do Banco Central (BC), que foi iniciada em 2001. Veio também bem próximo da mediana das estimativas, que era deficitária em R$ 49 bilhões.

Na agenda, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deve falar em evento nesta manhã, que será monitorado pelo mercado, bem como discursos de quatro dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) podem trazer uma orientação mais clara sobre o início do ciclo da flexibilização de juros no país.

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EUA criam 303 mil postos de trabalho em março, mais que o esperado, e desemprego recua

A economia dos Estados Unidos criou 303 mil empregos em março, em termos líquidos, segundo relatório publicado nesta sexta-feira (5), pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado ficou bem acima do teto das expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que variavam de 150 mil a 245 mil postos de trabalho, com mediana de 200 mil.

O relatório, conhecido como payroll, mostrou também que a taxa de desemprego dos EUA recuou para 3,8% em março, ante 3,9% em fevereiro. A previsão era de que a taxa permaneceria em 3,9% no mês passado.

O Departamento do Trabalho também revisou ligeiramente para baixo o número de criação de empregos de fevereiro, de 275 mil para 270 mil, mas ajustou para cima o de janeiro, de 229 mil para 256 mil.

Em março, o salário médio por hora teve alta de 0,35% em relação a fevereiro, ou US$ 0,12, a US$ 34,69, variação que ficou um pouco acima da projeção do mercado, de 0,30%. Na comparação anual, houve ganho salarial de 4,14% no último mês, levemente superior à previsão de 4,10%.

“Esse dado surpreendeu o mercado e demonstra que o mercado de trabalho nos EUA ainda está muito aquecido, e isso pode ser refletido na inflação, tornando ela mais persistente, corroborando os últimos discursos de dirigentes do Federal Reserve [Fed, o banco central americano] dessa semana, de que o juro neutro por lá deve ser maior do que o esperado”, comenta Andre Fernandes, especialista em mercado de capitais e sócio da A7 Capital.

“Na minha visão, as apostas ainda se concentram em uma queda de juros em junho/julho nos EUA. As atenções agora se voltam para os dados do PCE (de março) que será divulgado no fim de abril, indicador preferido do FED para acompanhar a inflação. Isso deve dar maiores pistas sobre o número de cortes de juros que podem ocorrer esse ano nos EUA”, completa Fernandes.

Cotação do dólar

Perto das 10h40, o dólar à vista caía 0,04%, a R$ 5,0517.

*Com informações de Estadão Conteúdo

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Giovanni Porfírio Jacomino

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