Dólar fecha em alta de 0,20% em meio a aumento de tensão no Oriente Médio

O dólar encerrou a sessão desta terça-feira (17) em alta de 0,20%, a R$ 5,4968, após registrar máxima a R$ 5,5076. Na segunda-feira, a moeda havia recuado 1,00%, para o menor nível de fechamento desde 7 de outubro. Em junho, a divisa apresenta perdas de 3,89%, o que leva a desvalorização acumulada em 2025 a 11,06%.

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A moeda norte-americana ganhou num cenário de valorização também no exterior, em meio a temores de que os Estados Unidos se envolvam diretamente na guerra entre Israel e Irã, na esteira de declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, deflagraram uma onda de aversão ao risco.

O economista-chefe da corretora Monte Bravo, Luciano Costa, observa que o real terminou o dia com perdas inferiores às de outras moedas, incluindo pares como o peso mexicano. “O real ainda se beneficia da percepção dos últimos dias de que o Banco Central possa promover uma alta da taxa Selic nesta semana, o que tornaria o diferencial de juros ainda mais favorável”, afirma Costa, em referência ao encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira (18).

“Além dos desdobramentos do conflito no Oriente Médio, há um clima de cautela com a espera das decisões de política monetária aqui e nos EUA. Uma parcela do mercado acredita em alta de 0,25 ponto da Selic, o que acaba favorecendo o ingresso de capital especulativo e favorece o real”, acrescenta a economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli.

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Dólar também opera em alta no mercado internacional

Impulsionado pela escalada de tensões entre Irã e Israel no Oriente Médio, o dólar também operou em alta nesta terça-feira, 17, no mercado internacional. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em alta de 0,84%, a 98,820 pontos.

Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar subiu para 145,27 ienes, enquanto o euro recuou para US$ 1,1487 e a libra era negociada em baixa, a US$ 1,3487. No mesmo horário, a moeda norte-americana avançou a 19,0225 pesos mexicanos.

Além da continuação dos ataques entre ambos os lados, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma série de menções à uma possível intervenção americana na guerra. A semana conta ainda com importantes decisões de política monetária, como a do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) na última madrugada, que manteve juros, anúncio que também é esperado após o fim da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nesta quarta-feira, mas, nos dois casos, analistas observam as sinalizações para os próximos passos das autoridades.

Apesar do aparente alívio na inflação, o Fed deverá deixar inalteradas as taxas de juros americanas na decisão monetária desta quarta-feira, pela quarta vez consecutiva. Contudo, persiste a incerteza sobre o tom a ser adotado pelo comunicado e sobre as projeções para cortes de juros.

Com Estadão Conteúdo

Fernando Cesarotti

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