Dólar oscila e fecha com alta leve no fim do pregão, à espera de novidades sobre IOF

O dólar teve mais um dia de queda no mercado global nesta quarta-feira (4), mas conseguiu sobressair em relação ao real no fim da sessão e fechou em leve alta, de  0,17%, a R$ 5,6455.

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A moeda norte-americana ainda oscilou durante o dia entre a mínima de R$ 5,6105, pela manhã, e a máxima de R$ 5,6535. O dólar ainda acumula queda de 1,29% nos três primeiros pregões da semana e de junho. 

Durante a maior parte do dia, o mercado reagiu com reservas após a divulgação de dados econômicos abaixo do esperado nos EUA, que reforçam a expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) neste ano. Operadores atribuíram a virada no fim do dia, no entanto, ao menor otimismo em torno das medidas em estudo no governo para ajustar as contas públicas, em substituição às alterações do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). 

“A alta do dólar é parte da devolução da queda de ontem (terça, 3). O mercado havia se empolgado demais com a tese de que vem um pacote de ajustes dos gastos do governo”, afirma o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, para quem o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se colocou em uma “situação ruim” ao que tinha preferência por ajuste estrutural dos gastos. “É uma posição de fragilidade, porque, se não vier algo nesse sentido, o mercado vai cobrar bastante.”

Sem implicações na formação da taxa de câmbio no curto prazo, o Tesouro realizou nesta quarta emissão títulos públicos da dívida soberana brasileira em dólares. Fontes relataram que houve captação de US$ 1,5 bilhão com papéis de cinco anos e de US$ 1,25 bilhão em títulos de dez anos, com demanda expressiva que teria superado US$ 10 bilhões.

Dólar mantém recuo frente a moedas emergentes

O índice DXY — termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes — recuou e furou o piso dos 99,000 pontos, com mínima aos 98,673 pontos. O dólar caiu em relação à maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities.

Dados da economia americana vieram abaixo do esperado, mostrando desaceleração da atividade, o que pode aumentar a probabilidade de cortes de juros pelo Fed neste ano. O índice de gerentes de compras (PMI) do setor de serviços dos EUA medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) caiu de 51,6 em abril a 49,9 em maio.

No mercado de trabalho, o relatório ADP mostrou que o setor privado nos EUA gerou 37 mil empregos em maio, bem abaixo das expectativas, de 130 mil. “Tivemos dados fracos nos Estados Unidos, como o ADP. Também pesou no mercado externo a incerteza sobre as negociações comerciais entre China e Estados Unidos, com expectativa para uma conversa entre Donald Trump e Xi Jinping ainda nesta semana”, afirma a economista-chefe da Coface para a América Latina, Patrícia Krause.

Com Estadão Conteúdo

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Fernando Cesarotti

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