Dólar fecha em alta com turbulências globais e fluxo cambial

O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (5) com com guerra comercial, risco de recessão na Alemanha e fluxo cambial no radar.

O dólar fechou em alta de 0,114%, negociado a R$ 4,1098. Os investidores ficaram também atentos a declaração do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.

O presidente do BC afirmou que a economia brasileira está passando pelo pior momento, mas deve voltar a crescer no 4º trimestre. A declaração ocorreu durante um evento para investidores em Brasília.

Guerra comercial

Em mais um capítulo de guerra comercial, os representantes e negociadores dos Estados Unidos e da China, informaram que retornarão as negociações no início de outubro.

Mesmo após a imposição de tarifas entre ambos os países, fomentando ainda mais a guerra comercial, o vice-premier chinês, Liu He, e o representante americano, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnunchin, conversaram por telefone nesta quinta.

Saiba mais: Guerra comercial: China e EUA retornarão a negociar em outubro 

De acordo com o comunicado, as duas maiores economias do mundo concordaram em “trabalhar juntos visando sanções práticas para criar confissões favoráveis para as consultas”, além disso, informaram que  “manterão uma estreita comunicação”, antes das negociações iniciarem.

Risco de recessão na Alemanha

Em julho, as encomendas à industria alemã foram menores do que o estimado. A economia da Alemanha, a maior da Europa, é muito dependente de exportação e está sendo impactada pelo crescimento global mais devagar, pelo protecionismo norte-americano e a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

Por isso, essa queda na demanda do exterior poderia levar a principal economia do bloco para uma recessão no terceiro trimestre.

Em julho, os bens produzidos na Alemanha apresentaram queda de 2,7% em comparação ao mês anterior, de acordo com dados divulgados nesta quinta pelo ministério da Economia de Berlim. Esse resultado é puxado por uma grande queda nas encomendas de países que não fazem parte da zona do euro.

Saiba mais: Possibilidade de recessão na Alemanha é agravada por queda na indústria 

Os analistas consultados pela Reuters esperavam um resultado também negativo, porém, menor. Era esperada uma retração de 1,5%.

Fluxo cambial

O saldo do fluxo cambial (volume de dólares que entram e saem do País) foi negativo no mês de agosto.

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O Brasil fechou o último mês com o saldo negativo em US$ 4,317 bilhões, segundo a divulgação do Banco Central (BC). Em julho, o saldo positivo do fluxo cambial foi de US$ 2,912 bilhões.

A saída líquida através do canal financeiro, envolvendo investimentos estrangeiros, remessas de lucros e pagamento de juros, entre outras operações, foi de US$ 8,545 bilhões. As entradas foram do montante de US$ 39,754 bilhões e de US$ 48,299 bilhões em retiradas.

O comércio exterior apresentou um resultado oposto. Devido às exportações somarem US$ 19,204 bilhões contra US$ 14,975 bilhões das importações, o saldo foi positivo em US$ 4,229 bilhões.

Saiba mais: Fluxo cambial tem saldo negativo em agosto 

No acumulado do ano, o fluxo cambial, até o mês de agosto, reporta um saldo negativo em US$ 6,526 bilhões. No período, também foi registrado o saldo negativo do canal financeiro. A saída líquida total foi de US$ 20,277 bilhões, após a entrada de US$ 367,600 bilhões e retiradas de US$ 387,877 bilhões.

Última cotação

Na última sessão, quarta-feira (5), o dólar encerrou em queda de -1,79% cotada em R$ 4,1051.

Carlo Cauti

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