Dólar fecha aos R$ 5,07, em queda de 0,60%, após resultado frustrante do PIB dos EUA

Em dia com tendência de queda global, o dólar encerrou esta quinta-feira (29) em queda de 0,60%, a R$ 5,07.

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A moeda reagiu hoje ao Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA recém divulgado, que demonstra crescimento de 6,5%, frustrando as expectativas do mercado.

A divisa operou em queda na maior parte desta tarde, após a mensagem “dovish” do presidente do Fed, Jerome Powell, que deixa o dólar fraco ante pares principais e moedas emergentes ligadas a commodities e impulsiona os juros dos Treasuries longos com menor busca por proteção e com investidores.

Analistas afirmam que a aposta em alta mais pronunciada da taxa Selic e a perspectiva de manutenção de liquidez global farta nos próximos meses – propiciada pelo tom ameno do Federal Reserve ontem e reforçada, hoje, pelo resultado aquém do esperado do PIB dos EUA no segundo trimestre – abrem uma janela para apreciação do real no curto prazo.

A taxa Selic mais gorda aumenta a atratividade da renda fixa brasileira e pode estimular os exportadores a internalizar mais recursos. Também conta a favor do real nas próximas semanas a possibilidade de elevação do fluxo externo de recursos para ofertas de ações na B3, que, até o momento, tem sido em sua maior parte absorvida por investidores locais.

Com esse pano de fundo, já há quem veja a possibilidade de o dólar furar o piso de R$ 5, caso não haja solavancos do lado político.

Notícias que movimentaram o dólar hoje

Algumas notícias importantes que influenciaram o pregão:

  • Bolsas da Europa sobem, com balanços e apetite por risco no mercado global
  • PIB dos Estados Unidos cresce 6,5% no segundo trimestre; mercados sobem
  • IGP-M acelera a 0,78% em julho, após 0,60% anotado em junho, revela FGV
  • Dinheiro digital: diretora do FMI diz que dólar deve seguir como moeda de reserva

Bolsas da Europa

As bolsas da Europa fecharam em alta, com impulso da temporada de balanços e na esteira de uma sessão positiva nos mercados acionários asiáticos e americanos. O índice pan-europeu Stoxx 600 teve avanço de 0,46%, aos 463,84 pontos.

Em Londres, o FTSE 100 fechou com alta de 0,88%, a 7.078,42 pontos. As ações da Anglo American tiveram alta de 5,36%, após a empresa registrar um salto no lucro do trimestre mais recente. Assim como a holandesa ArcelorMittal, que contou com alta de 4,07%, após reverter prejuízos e lucrar no último trimestre.

No caso do Lloyds, houve queda de 1,24%, apesar do salto de 12,7% no lucro trimestral ante mesmo período de 2020. A AstraZeneca, por sua vez, registrou queda de 27,24% no lucro na comparação anual e viu suas ações terem queda de 0,13% neste pregão.

O francês CAC 40 avançou 0,37%, a 6.633,77 pontos. Apesar das quedas registradas pelos papeis do Casino Guichard-Perrachon (-0,78%) e da Airbus (-0,61%), mesmo tendo reduzido e revertido, respectivamente, o prejuízo do semestre anterior. Em um dia com avanços no mercado de petróleo, o avanço de 2,17% da TotalEnergies contribuiu para a alta do índice.

PIB dos EUA

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu à taxa anualizada de 6,5% no segundo trimestre deste ano, segundo a primeira leitura do indicador, divulgada pelo Departamento do Comércio nesta quinta-feira (29).

O resultado do PIB ficou abaixo da mediana de estimativas consultadas pelo Projeções Broadcast, que era de avanço de 8,5%. A economia norte-americana foi impactada pelos efeitos das restrições da cadeia de suprimentos, mitigando o forte avanço dos gastos dos consumidores.

O documento divulgado pelo Departamento de Comércio destaca a robusta recuperação na demanda das famílias, ao passo que a oferta não tem acompanhado esse volume de gastos. Com as empresas não conseguindo manter estoques suficientes para atender os consumidores, o avanço econômico foi freado.

IGP-M

Houve alta de 0,78% em julho no Índice Geral de Preços – Mercado, o IGP-M, ante 0,60% em junho, segundo dados desta quinta-feira (29) Fundação Getulio Vargas (FGV).

O resultado ficou abaixo da mediana de mercado apurada pelo Projeções Broadcast, de 0,90%, e dentro do intervalo das estimativas, de 0,39% a 1,16%.

Apesar da aceleração na margem, o IGP-M acumulado em 12 meses arrefeceu de 35,75% para 33,83%, a segunda redução consecutiva nesta base. O índice acumula alta de 15,98% em 2021.

Nas aberturas, a leitura de julho registrou aceleração do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), de 0,42% para 0,71%. O índice de preços no atacado acumula inflação de 44,25% em 12 meses e de 19,83% em 2021.

Dinheiro digital

O dólar deve seguir como moeda de reserva internacional por pelo menos os próximos dez anos, conforme informou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.

A dirigente do FMI foi questionada sobre o tema durante evento virtual, no qual defendeu que o dinheiro digital mais seguro serão as moedas digitais de bancos centrais (CBDC, na sigla em inglês).

Georgieva disse que pode ser que tenhamos em nossas “carteiras” dinheiro digital, o tradicional ou, “provavelmente”, um mix dos dois, mas previu que a força da economia dos Estados Unidos – e sua capacidade de inovação – devem garantir a manutenção do importante papel do dólar na economia global.

Fechamento do câmbio hoje

Além do dólar comercial, confira a cotação das principais moedas hoje:

  • Euro: -0,25% aos R$ 6,03
  • Libra: -0,33%% aos R$ 7,09
  • Bitcoin: -1,1% aos R$ 203.335,844
  • Dólar turismo: –0,57% aos R$ 5,24

Cotação anterior do dólar, na terça (27)

Um dia antes, o dólar encerrou a quarta-feira (28) vendido a R$ 5,11, com recuo de R$ 0,068 (-1,31%).

Com informações do Estadão Conteúdo

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Rafaela La Regina

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