Com exterior instável, dólar abre semana em leve alta após disparada

O dólar opera em leve alta na manhã desta segunda-feira (11), com investidores ajustando posições, após ganhos acumulados de 2,74% no mercado à vista na semana passada.

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Em dia de baixa liquidez com feriados hoje nos EUA, que mantém o mercado de Treasuries fechado, e amanhã no Brasil, as negociações iniciaram o dia em queda, demonstrando uma leve realização de ganhos, mas logo virou para alta.

Para Jefferson Rugik, diretor da corretora Correparti, o mercado pode voltar a acompanhar o exterior, onde o índice DXY sobe antes seis pares principais e a moeda americana opera com ganhos frente a algumas divisas emergentes, como peso mexicano e rand sul africano.

O mercado de câmbio tende a operar com liquidez reduzida nesta segunda e pode ficar volátil frente o real em meio à alta do dólar ante pares principais e os sinais mistos frente divisas emergentes e ligadas a commodities no exterior nesta manhã, mas também subindo ante peso mexicano.

Um ajuste de baixa nos primeiros negócios poderá refletir realização de ganhos, após a moeda americana ter fechado a R$ 5,5161 (-0,02%) na sexta-feira, acumulando ganhos na semana passada de 2,74%. Em outubro, a valorização apurada frente o real é de 1,28%.

Contudo, os economistas do mercado voltam a ajustar para cima suas expectativas para a inflação doméstica, em cenário de crise hídrica, que pressiona a conta de luz dos consumidores em geral, e de alta dos preços dos combustíveis e alimentos.

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A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2021 passaram de 8,51% para 8,59% e, para 2022, de 4,14% para 4,17%, sendo mantidas para 2023 (3,25%) e 2024 (3,00%).

A aposta para a Selic no fim de 2021 permanece em 8,25% ao ano e no fim de 2022 sobe de 8,50% para 8,75% ao ano, enquanto para o fim de 2023 cai de 6,75% para 6,50% ao ano e, para fim de 2024, permanece em 6,50% ao ano. O câmbio para 2021 passou de r$ 5,20 para R$ 5,25 e, para 2022, permanece em R$ 5,25.

Nos Estados Unidos, o mercado de Treasuries não abre hoje, por causa do feriado de Columbus Day e, amanhã, os mercados no Brasil ficam fechados pelo feriado de Nossa Senhora Aparecida.

Por enquanto, no exterior, predominam sinais negativos nas Bolsas internacionais e alta das commodities, como petróleo, com investidores observando os avanços recentes dos preços de energia e o temor de problemas na oferta nessa frente prejudiquem a retomada econômica global.

Agenda da semana pode agitar câmbio

No radar na semana estão os dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos e a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed).

A Capital Economics afirma em relatório que a inflação no mundo em geral deve ficar elevada mais tempo do que o antes previsto, justamente pela alta nos preços de energia e também com a falta de alguns produtos, diante de problemas em cadeias produtivas.

A consultoria acredita, porém, que a inflação voltará à meta do Banco Central Europeu (BCE) dentro de dois anos na zona do euro.

Na sexta-feira, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras moedas fortes, caiu, com investidores atentos ao relatório mensal de empregos (payroll) de setembro, que mostrou geração de vagas abaixo do esperado por analistas, mas leituras melhores do que as previsões para a taxa de desemprego e a evolução do ganho salarial médio.

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Ainda assim, os analistas em geral continuavam a esperar que o Fed comece a reduzir as compras de bônus neste ano, com provável anúncio oficial desse passo em novembro.

No câmbio local, o dólar ficou volátil na última sexta, dia em que o IPCA de setembro confirmou as expectativas e veio no maior nível para o mês (+1,16%) desde 1994, embora abaixo da mediana das expectativas dos economistas.

Nesta segunda, o Banco Central realiza leilão de até 14.000 contratos (US$ 700,0 milhões) de swap cambial tradicional para rolagem de overhedge de bancos, das 10h30 às 10h40, e também faz oferta, de até 15.000 contratos (US$ 750,0 milhões) de swap à rolagem dos vencimentos de janeiro, às 11h30.

Mais cedo, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, desacelerou a 1,09% na primeira quadrissemana de outubro, após 1,13% no fechamento de setembro, divulgou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Na primeira leitura do mês, quatro dos sete componentes do IPC-Fipe arrefeceram em relação ao fechamento de setembro: Habitação (0,80% para 0,75%), Alimentação (1,38% para 1,35%), Transportes (1,32% para 1,25%) e Saúde (0,07% para -0,10%).

Última cotação do dólar

No pregão da última sexta-feira (8), o dólar fechou em leve baixa de 0,02%, cotado a R$ 5,516 na venda.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Jader Lazarini

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