Dólar tem alta com cautela por políticas externas e dados negativos nos EUA

Nesta quarta-feira (8) pela manhã, a cotação do dólar sobe ante o real, seguindo o mesmo ritmo de valorização da moeda americana e dos retornos dos Treasuries de dois e dez anos nos Estados Unidos.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/Lead-Magnet-1420x240-2.png

Além disso, a subida do preço do dólar nesta manhã ainda é retida pela piora do resultado do setor público consolidado do governo em setembro.

Nesta manhã, em congresso de Direito do Seguro, em Brasília, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a “emenda constitucional da tributária será promulgada esse ano, se Deus quiser”. Segundo o ministro, “o compromisso com uma reforma tributária neutra não nos impede de reparar erosão da base fiscal”. Haddad pediu o apoio desse evento para que o Senado conclua seu trabalho no marco de seguros.

Indicadores econômicos no Brasil e EUA

Os investidores ajustam posições em meio à espera do discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell (11h) e da votação da proposta de reforma tributária no plenário do Senado (14h), enquanto avaliam também o resultado positivo das vendas no varejo no Brasil em setembro e aceleração da inflação, com alta do IGP-DI a 0,51% em outubro (ante +0,45% em setembro) e do IPC-S, a 0,53% na 1ª quadrissemana de novembro.

O mercado de câmbio passa por uma leve realização de lucros, após a cotação do dólar à vista ter fechado em baixa na terça a R$ 4,8750 – menor valor de fechamento desde 19 de setembro -, pela quinta sessão consecutiva e, em novembro, acumula perda de 3,30% ante o real. Além da perspectiva de manutenção de diferencial de juros interno e externo favorável nos próximos meses, o real beneficou-se nas ultimas sessões por fluxo expressivo de recursos via comércio exterior e o andamento da agenda econômica no Congresso.

O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras (PETR4) e Eletrobras (ELET6)) registrou déficit primário de R$ 18,071 bilhões em setembro, pior resultado do mês desde 2020 e também pior que a mediana superavitária de R$ 9,60 bilhões apurada pela pesquisa do Projeções Broadcast.

As vendas do comércio varejista subiram 0,6% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio acima da mediana das previsões de analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, de alta de 0,1%. O intervalo das estimativas ia de queda de 1,3% a alta de 0,7%. Na comparação com setembro de 2022, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 3,30% em setembro. Nesse confronto, as projeções iam de uma queda de 0,2% a alta de 3,6%, com mediana positiva de 2,3%.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/1420x240.jpg

Direcionamentos do Fed e cotação do dólar

O mercado segue atento ainda a comentários de outros dirigentes do banco central americano. A diretora do Federal Reserve, Lisa Cook, afirmou nesta quarta que a economia dos Estados Unidos está razoavelmente resiliente, mas que dirigentes estão considerando riscos de juros elevados ou de choques econômicos. “Qualquer choque – por exemplo, conflitos geopolíticos – pode ampliar as incertezas relacionadas ao desenvolvimento da economia”, disse ela, durante painel da Conferência sobre Sistema Financeiro de 2023.

Às 9h40, o dólar à vista subia 0,33%, a R$ 4,8913. A cotação do dólar futuro (dezembro) ganhava 0,39%, a R$ 4,9015.

Com informações de Estadão Conteúdo.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

Camila Paim

Compartilhe sua opinião