Diretor da Americanas (AMER3) renuncia ao cargo, após quase 3 meses afastado
A Americanas (AMER3) anunciou a renúncia de José Timotheo de Barros do cargo de Diretor da empresa, conforme fato relevante divulgado ao mercado nesta segunda-feira (1º).
O Diretor da Americanas já estava afastado de suas funções e atividades na companhia e em suas controladas, conforme divulgado pela varejista no dia 3 de fevereiro de 2023.
O diretor tinha sido afastado de suas atividades em meio às investigações sobre as inconsistências contábeis que foram anunciadas no começo de 2023.
Na ocasião, a varejista também afastou Anna Saicali, responsável pela Ame Digital, assim como seu diretor de digital, consumo e marketing, Marcio Cruz.
Tanto Anna Saicali quanto Marcio Cruz compunham o quadro de cargos de alto escalão dentro da Americanas, assim como Barros, que tinha as funções de diretor de lojas físicas, logística e tecnologia da empresa.
O processo de recuperação judicial da Americanas se iniciou após o anúncio de inconsistências contábeis na casa dos US$ 20 bilhões no começo de 2023.
Atitude de trio de referência da Americanas desagrada acionistas minoritários
Segundo matéria divulgada pelo jornal Valor Econômico neste último sábado (29), os acionistas de referência da Americanas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, acabaram desagradando investidores minoritários da companhia, após tomarem uma atitude às pressas.
A reportagem destacou que o trio impôs repentinamente um nome para o conselho fiscal da Americanas. Os acionistas minoritários apoiavam o nome do advogado Luiz Nelson Porto Araújo para o cargo em questão.
“Eles engoliram a nossa indicação para o conselho de administração, mas chegaram com uma indicação de última para o conselho fiscal. Eles suspenderam a assembleia por três vezes, não quiseram engolir a nossa indicação para o conselho fiscal”, disse o empresário Silvio Tini de Araújo, acionista da empresa.
Cotação da AMER3
No pregão anterior ao anúncio de rombo contábil, as ações da Americanas encerram com uma alta diária de 0,76%, a R$ 12,00. Na sessão seguinte, o preço de seus papéis “derreteram” 77,33%, fechando o dia cotados a R$ 2,72.
No fechamento da última semana, os papéis negociados sob o ticker AMER3 estavam cotados a R$ 1,04, uma queda de 91,33% frente à sessão anterior ao anúncio de inconsistências contábeis.
Apesar disso, as ações da Americanas encerraram o mês de abril com o primeiro ganho mensal após o início da crise, registrando uma alta de 4%. Em 2023, o desempenho da empresa na Bolsa de Valores brasileira (B3) é negativo em 89,22%.
