CTG Brasil desiste de prosseguir com IPO, informa CVM

A CTG Brasil, subsidiária da estatal chinesa de energia China Three Gorges Corp, desistiu de um pedido de oferta pública inicial de ações (IPO) no Brasil, segundo informações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta sexta-feira (21)

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Com objetivo de ampliar os dividendos aos acionistas e investir em projetos de energia renovável, a CTG havia solicitado um IPO em novembro de 2022, mas desistiu do pedido no início de maio deste ano, informou a CVM, após atualização de sistema interno.

Segundo a Reuters, a CTG tem 8,3 gigawatts de capacidade instalada e opera 17 usinas hidrelétricas e 11 parques eólicos em 11 estados brasileiros. Fontes disseram que o plano da companhia era captar US$ 1 bilhão.

Agora, não existem mais pedidos de IPOs em análise na CVM. Executivos ouvidos pela Reuters, da área de mercados de capitais, acreditam que devem prevalecer as ofertas subsequentes, embora IPOs não estejam descartados, em especial no final do ano.

CTG Brasil pretendia levantar bilhões com IPO

No final de 2022, conforme apurado pelo Brazil Journal, a CTG Brasil pretendia levantar aproximadamente R$ 4 bilhões com o pedido de IPO.

A oferta pública inicial da CTG Brasil era totalmente primária, de forma a diluir a China Three Gorges International, multinacional da China que detém 100% do capital da subsidiária brasileira.

Conforme apurado pelo Brazil Journal, a tese do IPO da CTG Brasil era utilizar os valores da oferta para bancar um pipeline de três novos projetos — que iriam agregar 1,6 GW de capacidade.

Desses projetos, estavam incluídas duas plantas eólicas no Nordeste. O terceiro uma usina solar em Minas Gerais.

Desde 2013, quando chegou ao país, a companhia efetuou alianças estratégicas com outras empresas do setor e com forte presença local.

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Oferta de ações: empresas podem captar R$ 40 bilhões com melhora de cenário

Empresas brasileiras estão aproveitando a melhora no mercado de capitais, no Brasil e no exterior, para começar captações que devem chegar a um total de R$ 40 bilhões por meio de ofertas de ações na Bolsa de Valores (B3) e emissões de títulos de dívida no mercado local e externo.

A maior parte desses recursos de oferta de ações está sendo usada pelas companhias para pagar dívidas, mas empresas como Suzano (SUZB3), CSN (CSNA3), Localiza (RENT3) e Direcional (DIRR3) planejam levantar dinheiro para investimentos e planos de expansão.

As empresas brasileiras ficaram vários meses sem acessar recursos no exterior por causa de fatores externos e internos.

A reabertura da janela no mercado de capitais acelerou uma agenda de operações que era esperada para o segundo semestre.

Felipe Thut, diretor-geral do Bradesco BBI, diz que o total de follow-ons este ano pode superar os R$ 24 bilhões de 2022. “A nuvem de incerteza começou a se dissipar”, disse. Em evento realizado em Londres para investidores internacionais, a mensagem foi a de que estão prontos para voltar a participar das operações em Bolsa, afirmou.

O diretor sênior da Fitch Ratings, Mauro Storino, afirma que o curso normal das empresas é estarem sempre captando, para investimento ou rolagem de dívida. No entanto, ele diz que, o evento de Americanas e Light acabaram represando uma série de operações previstas para acontecer no primeiro semestre.

“Não dá para aguardar o ano inteiro e em algum momento as companhias têm de tomar recursos, por mais que ainda o custo de captação esteja mais caro. Por isso vemos empresas voltando a acessar o mercado”, diz o diretor Fitch.

Agora, não existem mais pedidos de IPOs como o da CTG Brasil em análise na CVM. Executivos ouvidos pela Reuters, da área de mercados de capitais, acreditam que devem prevalecer as ofertas subsequentes, embora IPOs não estejam descartados, em especial no final do ano.

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Vinícius Alves

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