Membros do Copom questionam a permanência da Selic em mínima histórica

Membros do Comitê de Política Monetária (Copom) questionam se devem ainda manter a taxa básica de juros (Selic) extremamente baixa. Apesar dos questionamentos, o Copom decidiu manter, neste momento, o grau elevado de estímulo monetário. O comitê divulgou a ata da última reunião do Banco Central (BC), que definiu a permanência da Selic em 2% ao ano (a.a), nesta terça-feira (26).

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Segundo o documento, os questionamentos dos membros do Copom sobre se é adequado a continuidade da taxa Selic em mínima histórica se deve “à normalização do funcionamento da economia observada nos últimos meses”. Esses membros julgam que o comitê deveria considerar o início do ciclo de alta dos juros, reduzindo o grau “extraordinário” dos estímulos monetários.

No entanto, a conclusão do Copom foi que apesar de alguma normalização no funcionamento da economia, o ambiente de incerteza quanto à dinâmica prospectiva das principais variáveis econômicas “permanece acima do usual”. Mas alerta para as próximas divulgações, que serão “muito informativas”.

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“Sendo assim, os benefícios de se aguardar essas divulgações para decidir os próximos passos da política monetário se sobrepõem aos custos. Por isso, o Copom julgou apropriado manter, neste momento, o grau extraordinariamente elevado de estímulo monetário”, informou o documento.

Além da decisão sobre a Selic, o comitê do Banco Central optou pelo fim do forward guidance, uma indicação de médio prazo dada pelo BC sobre como pretende conduzir a política monetária.

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Na ata, o Copom destaca que o fim do forward guidance não implica mecanicamente uma elevação da taxa de juros. Isso porque, segundo o documento, “a conjuntura continua a prescrever, neste momento, estímulo extraordinariamente elevado frente às incertezas quanto à evolução da atividade”.

Copom reitera projeções de inflação

O comitê avalia que as medidas de inflação se apresentam em níveis acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para o índice. O Copom, com base no Boletim Focus, aumentou as projeções de inflação para os próximos meses.

Isso devido à recente elevação no preço de commodities internacionais e seus reflexos sobre os preços de alimentos e combustíveis. Apesar da pressão inflacionário mais forte no curto prazo, o comitê mantém o diagnóstico de que os choques atuais são temporários.

As expectativas de inflação para 2021, 2022 e 2023 encontram-se em torno de 3,4%, 3,5% e 3,25%, respectivamente. “O Copom segue monitorando sua evolução com atenção, em particular as medidas de inflação subjacente”.

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Poliana Santos

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