COP-26: investidores brasileiros debatem meio ambiente e aquecimento global

A Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-26) reuniu nesta semana os principais líderes mundiais para negociar medidas de preservação das florestas, emissões de carbono e redução do desmatamento. Um grupo de investidores brasileiros também participou do evento. Pretendem assumir protagonismo na discussão. Nomes como Itaú Asset Management e Sulamérica Investimentos farão parte da declaração pública a favor de uma fiscalização ambiental mais intensiva.

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A declaração planejada pelas 18 corporações que envolvem o conjunto de investidores, que juntos somam R$ 873 bilhões de ativos sob gestão, será feita em Glasgow, Escócia, sede da COP-26.

Nomeado como “Investidores pelo Clima“, o grupo foi formado pela consultoria Sitawi Finanças pelo Bem, com o objetivo de pressionar a implementação de metas net zero até 2050.

Além de Itaú Asset e Sulamérica Investimentos, estão entre os signatários JGP, Rio Bravo, Arien Invest, Blue Macaw, Crescera Capital, Darby International Capital, FAMA Investimentos, FRAM Capital, Indie Capital, Mauá Capital, NEO Investimentos, Núcleo Capital, OABPrev RJ, Quasar Asset Management, RPS Capital e Taler Planejamentos Financeiros.

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“Entendemos que a emergência climática é um dos maiores riscos à estabilidade do sistema financeiro e reconhecemos a importância da participação de toda a sociedade no esforço de transição justa para uma economia de baixo carbono e em tempo hábil para que se evitem os piores impactos sociais, ambientais, econômicos e geopolíticos previstos pela ciência devido a mudança global do clima”, declara o grupo.

O grupo se posiciona a favor do desenvolvimento de mercados com regulação da emissão de carbono, conforme o artigo 6 do Acordo de Paris. Em 2015, quase todos os países do mundo concordaram na COP21 em assinar o Acordo de Paris. O tratado prevê que o aquecimento global deve ficar abaixo dos 2 graus Celsius até o final do século. Para isso, os países combinaram que apresentariam Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, em inglês), com os planos de cada governo. Estas NDCs devem ser atualizadas a cada cinco anos.

A regulação de mecanismos de precificação do carbono também é sugerida pelo grupo, que propõe instrumentos econômicos que “estimulem o investimento privado sustentável e de baixo carbono”. A transição para uma “economia de baixo carbono” após o fim do período de pandemia também é citada no documento.

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Gestoras de fundos globais também se destacam na COP-26

Cerca de 30 gestoras de fundos globais se comprometeram a eliminar o desmatamento causado por commodities agrícolas até 2025. O plano dos fundos é acirrar o monitoramento das empresas desses produtos que estão em seus portfólios de investimentos e de empréstimos até 2025. O compromisso foi formalizado COP-26.

Entre os fundos integrantes, apenas um é brasileiro, o JGP Asset Management. Presente na COP-26, em Glasgow, José Pugas, sócio da JGP, afirmou que ainda falta uma conexão do setor de commodities do País com as finanças verdes globais.

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O acordo feito pelas gestoras no evento prevê que as cadeias produtivas contempladas sejam de sojapecuáriacelulose e papel e óleo de palma. Até o final de 2025, o cronograma de ações que devem ser encabeçadas por elas é o seguinte:

  • Até o fim de 2022, as assets terão de avaliar a exposição ao risco de desmatamento de suas carteiras e criar políticas de investimento claras sobre o assunto, além de iniciar ou aprofundar o engajamento com as investidas;
  • Divulgar os riscos mapeados e também as atividades de mitigação em andamento, até o fim do próximo ano;
  • Relatar publicamente a evolução alcançada e, a partir daí, apenas investir em empresas que atendam aos critérios de redução de risco estabelecidos.

A COP-26 teve início no dia 31 de outubro e deve se encerrar no dia 12 de novembro.

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Bruno Galvão

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