Como a diversificação pode proteger seus investimentos em 2025?
Com a Taxa Selic ainda no patamar mais alto dos últimos 19 anos, inflação acima da meta e um cenário global turbulento, a diversificação de investimentos se torna um dos pilares mais importantes para proteger e rentabilizar o patrimônio dos investidores brasileiros em 2025. Como diversificar a carteira e ter um portfólio “blindado” em meio às turbulências econômicas?

Segundo o planejador financeiro CFP Jeff Patzlaff, a diversificação vai além da simples alocação em diferentes ativos: “Ela reduz o risco específico de setores ou classes e permite ao investidor se beneficiar de diferentes ciclos econômicos. Ter exposição a moedas, geografias e ativos variados proporciona maior estabilidade e previsibilidade no longo prazo”, afirma.
O cenário atual, marcado por alta volatilidade e valorização do dólar, também reforça a necessidade de exposição internacional nas carteiras.
Patzlaff recomenda que investidores brasileiros busquem ativos dolarizados como forma de hedge cambial e proteção contra o chamado “risco Brasil”. “Em momentos como este, ter parte do patrimônio em ativos no exterior preserva o poder de compra e ajuda a mitigar perdas locais”, pontua.
Robson Casagrande, especialista da GT Capital, destaca que a diversificação ajuda a equilibrar a carteira em tempos de incerteza. “Enquanto alguns ativos se desvalorizam, outros podem compensar. Isso reduz a volatilidade e aumenta o potencial de retorno ao longo do tempo”, explica.
Para ele, ativos defensivos como títulos de renda fixa, ações de saúde e energia, commodities e fundos internacionais devem compor uma carteira diversificada em 2025.
Investimentos em ETFs ganham espaço como porta de entrada para diversificação
Com a ampliação da oferta na B3, os ETFs (fundos de índice) vêm se tornando protagonistas no portfólio de quem busca exposição internacional e equilíbrio de risco.
Entre os destaques está o GOAT11, da Itaú Asset, o primeiro ETF híbrido do Brasil, que combina títulos públicos de renda fixa com ações do S&P 500, o principal índice da bolsa americana. A proposta é aliar proteção e crescimento em um único ativo, acessível a partir de R$ 10 por cota.
Já o BIZD11, da Investo, é voltado a quem busca renda passiva em dólar. O ETF investe em títulos privados dos EUA e distribui dividendos trimestrais com yield anual estimado em 10,8% em dólares, uma alternativa atrativa frente à renda fixa local.
Casagrande orienta buscar fundos de investimento ou ETFs para começar com diversificação automática e gestão profissional. “E não hesite em buscar orientação de um assessor, principalmente se estiver construindo sua estratégia do zero.”
Disciplina financeira e orientação profissional são essenciais para quem começa
Para quem está dando os primeiros passos no mundo dos investimentos em 2025, os especialistas reforçam que a disciplina constante e o entendimento básico sobre os ativos são mais importantes do que acertar o “melhor investimento” logo de início.
Patzlaff cita a importância de investir mensalmente, mesmo com imprevistos, e organizar o dinheiro em três frentes: reserva de emergência (50%), prazeres do presente (30%) e investimentos de longo prazo (20%).
Por sua vez, Casagrande recomenda começar com produtos acessíveis e diversificados, como fundos de investimento ou ETFs, que oferecem exposição a diferentes ativos com gestão profissional.
Ambos reforçam que o investidor iniciante deve buscar educação financeira contínua, definir metas claras e, sempre que possível, contar com o apoio de um assessor de investimentos para personalizar a carteira de acordo com seu perfil e objetivos.