Vitor Mineo

Vieses comportamentais nos investimentos

Existem inúmeros vieses diferentes que os investidores podem ter, porém os mais comuns são os relacionados a preço, como aversão a perda e ancorarem, ou a movimentos em massa

Os investimentos, embora baseados em análises e estratégias, são também influenciados pelos vieses comportamentais que permeiam as decisões dos investidores. São ideologias ou tendências que todos temos, conjuntos de informações que foram absorvidas por nós, indivíduos, durante todas as nossas experiências na vida, que juntos formam nosso censo crítico e percepção da realidade, nos auxiliando em nossas tomadas de decisões. Mas isso não significa que eles estão sempre corretos. Principalmente no aspecto financeiro, esses vieses são ainda mais enraizados – afinal cada pessoa cresceu exposta a diferentes variáveis durante a vida e podem ter percepções diferentes sobre um mesmo fato, tornando muito importe o investidor ter um autoconhecimento sobre os vieses que tem.

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Existem inúmeros vieses diferentes que os investidores podem ter, porém os mais comuns são os relacionados a preço, como aversão a perda e ancorarem, ou a movimentos em massa como FOMO – Fear of Missing Out (medo de ficar de fora). A ancoragem é um dos vieses mais comuns nos investimentos: ocorre quando investidores se apegam a determinada informação, por exemplo não querer vender ação X por R$ 20,00 pois ela foi comprada a R$ 35,00 e o investidor ficou ancorado ao seu preço antigo. Investidores muitas vezes ancoram suas decisões em informações iniciais, mesmo quando novos dados sugerem uma avaliação diferente. Essa tendência pode levar a uma avaliação inadequada de ativos e estratégias, pois os investidores ficam presos a valores iniciais ou experiências passadas.

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Aversão a perda é um viés comportamental que faz o investidor focar mais nas perdas do que nos ganhos. Isso o induz a correr mais riscos no intuito de tentar reparar eventuais prejuízos. Nesse caso o investidor pode se sentir na obrigação de manter investimentos mesmo após perda de fundamentos apenas para não realizar prejuízo ou, por outro lado, liquidar precipitadamente as posições lucrativas e ainda com potencial de valorização, por receio de perder o que já foi ganho.

O “Fear of Missing Out” (FOMO), ou medo de ficar de fora, é um fenômeno psicológico que afeta os investidores. É caracterizado pelo receio de perder oportunidades. É impulsionado pela pressão social e pelo desejo de participar de ganhos potenciais no mercado. Esse fenômeno ganhou mais intensidade nos últimos anos com o grande aumento no número de investidores na Bolsa e com o surgimento de diversos influencers voltados para investimentos. Esse medo frequentemente leva a decisões impulsivas, fazendo os investidores agirem rapidamente sem se aprofundar mais sobre o tópico especifico. Ele também pode distorcer a percepção de risco, levando as pessoas a assumirem posições mais arriscadas na esperança de ganhos extraordinários.

O autoconhecimento e compreensão dos vieses comportamentais nos investimentos são os primeiros passos para não cair nessas armadilhas, ao estar ciente desses padrões de comportamento. Os investidores podem adotar métodos de investimentos específicos, cujas características se adequem às suas necessidades, evitando situações de estresse e reduzindo as chances de tomadas de decisões precipitadas. O contínuo desenvolvimento pessoal e técnico sobre o tema é fundamental para superar os vieses comportamentais e montar uma estratégia de investimento mais resiliente e sustentável a longo prazo.

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Nota

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