Rodrigo Amato

Empresas que buscam IPO precisam estar atentas aos novos deveres

Junto à euforia, há uma série de novos protocolos a serem seguidos para trazer credibilidade aos investidores

Ainda que haja um longo caminho na construção de meios mais democráticos para acesso ao mercado de capitais, cada vez mais empresas têm sido bem-sucedidas na captação de recursos com os IPOs (oferta pública inicial de ações) que têm vivido um verdadeiro boom no País.

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Só neste ano, 15 companhias já debutaram na bolsa de valores e há outras dezenas que já protocolaram seu pedido junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e aguardam ansiosamente a sua vez de tocar o famoso sino – rito que marca a estreia na Bolsa. Mas junto à euforia da visualização de novos horizontes, com os aportes e mais visibilidade aos negócios, há uma série de novos protocolos a serem seguidos, os quais trazem mais credibilidade aos investidores e ao mercado como um todo.

Além da abertura de capital como estratégia para crescimento e expansão dos negócios, as empresas têm adotado outras formas de captação como, dívidas multilaterais, incentivadas, dívidas sob o enquadramento ESG de bancos de desenvolvimento, entre outros.

Em todas essas situações, em comum, as companhias devem cumprir obrigações que podem ser financeiras ou não.

E o não cumprimento delas prevê sanções que podem ser desde o bloqueio de acesso à empréstimos e mercado de capitais, como também vencimento antecipado de dívidas, impactando diretamente o caixa da empresa, acarretando riscos de liquidez e à reputação e imagem, o que certamente tornará mais difícil a retomada quando as dificuldades passarem.

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Entre alguns exemplos de novas obrigações dessas companhias que buscam recursos para abastecer seus caixas podemos citar: atualização de rating por agência independente; balanço divulgado e auditado da controlada e de subsidiárias; aplicação do recurso em atividades específicas, não atuação em áreas de preservação, entre outros.

Embora pareça simples, o controle por meio de uma planilha, por exemplo, faz com que muitas empresas pequem ao organizar seus covenants (compromissos de contratos de financiamento ou empréstimos) de forma correta. Entre alguns dos principais complicadores:

  • Dificuldade no acompanhamento das obrigações a serem controladas;
  • O controle das obrigações é responsabilidade de diversos setores da companhia e a falta de centralização da informação faz com que prazos não sejam cumpridos por falta de visibilidade;
  • Muita troca de e-mail até a conclusão da obrigação;
  • Processo mais demorado de auditoria pelo fato de os controles das obrigações estarem fora de um sistema centralizado;
  • Falta de evidência do cumprimento das obrigações, levando à busca de e-mails e arquivos perdidos em diretórios internos;
  • Perda de histórico por controles precários ou turnover das equipes envolvidas.

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Em meio a tantos detalhes para cumprimento dessas obrigações, é aí que entra a tecnologia como facilitadora para os controles- chave dentro das empresas. A automatização de processos por meio de plataformas evitará problemas jurídicos e financeiros que podem ser graves.

Fora isso, será possível contar com o engajamento de todos os envolvidos em um só ecossistema, direcionando responsabilidades a cada um deles, além da troca de mensagens e criação de grupos por áreas, tornando toda a dinâmica mais segura e organizada.

Por fim, não há dúvidas de que a tecnologia é uma grande aliada de companhias que buscam captação de fundos e que agora precisam atender às diversas obrigações que o mercado de capitais impõe. Esses controles, quando automatizados, trazem mais segurança e diminuem os riscos consideravelmente, seja do dia a dia das operações ou na prestação de contas, e que ao final, corrobora para uma reputação cada vez mais sólida perante os investidores e o mercado.

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Nota

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