Piter Carvalho

Analista de retrovisor

A melhor dica para montar uma boa carteira de investimentos é a diversificação do seu portfólio. Isso não garante que bata o CDI (principal índice usado atualmente nas comparações de investimentos) na janela de 12 meses, mas no longo prazo sempre se mostra uma estratégia vencedora

Com tanta volatilidade no mercado financeiro fica difícil os portfólios de investimentos irem sempre bem e superarem os índices usados como parâmetros. Isso gera mais angústia em muitos investidores que costumam olhar para trás e ver que outras alocações mais simples foram melhores que a de gestores renomados e fundos famosos que possuem em sua carteira.

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O primeiro erro dessa história é fazer a análise de retrovisor, pois sempre vamos achar depois dos fatos uma alocação que foi melhor ou uma estratégia que foi a mais assertiva para aquele cenário – no entanto ninguém tem bola de cristal para adivinhar o futuro.

Por isso, a melhor dica para montar uma boa carteira de investimentos é a diversificação do seu portfólio. Isso não garante que bata o CDI (principal índice usado atualmente nas comparações de investimentos) na janela de 12 meses, mas no longo prazo sempre se mostra uma estratégia vencedora. E a pior estratégia para esses momentos delicados no mercado financeiro é não ter um plano e ficar pulando de galho em galho a cada mudança nas variáveis econômicas.

Um exemplo muito comum foi vender todas as ações com a queda na bolsa e alocar nos juros altos, agora que juros podem cair e bolsa começa a reagir os investidores querem fazer o movimento inverso, sem qualquer tipo de critério na estratégia. Dessa forma acabam vendendo a bolsa na baixa e comprando na alta, pior estratégia possível para quem tem renda variável na carteira de investimentos.

Um portfólio bem montado e diversificado considera o perfil do investidor e tem uma alocação de reserva de emergência, tem uma reserva de oportunidade (para comprar pechinchas do mercado), investimentos para o curto prazo e outros de longo prazo que normalmente podem ter um pouco mais de risco. A proporção para cada um desses investimentos vai depender de cada perfil de investidor e do seu momento de vida. Contudo, é necessário ter muito cuidado, pois não é possível usar uma fórmula mágica de distribuição de carteira para todo mundo.

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A teoria é muito bonita e romântica, mas mesmo assim muitos me perguntam se vale a pena manter um portfólio balanceado que não bate o CDI e nem deixa o cliente feliz?

A resposta dessa pergunta está lá atrás, na montagem da carteira, conhecendo o seu cliente, suas necessidades e seu apetite para o risco. Se for um cliente conservador sua carteira vai ter a porcentagem certa de juros e inflação, duas variáveis que estão em alta no momento e devem estar puxando para cima os resultados.

Se for um cliente mais agressivo, ele sofreu com a alta dos juros e queda da bolsa e tem provavelmente seu portfólio perdendo até para poupança em algumas janelas de observação. Mas ao mesmo tempo encontra agora uma bolsa muita barata, com boas empresas muito descontadas e pode usar os dividendos ou a reserva de oportunidades para comprar esses ativos e aproveitar boas oportunidades.

O pior cenário para quem administra o portfólio é ficar mudando de estratégia toda hora só para agradar o cliente e ficar perseguindo resultados de 1% ao mês a qualquer custo, mesmo que aumente a volatilidade da carteira em até 10 vezes. Lembrando que se a bolsa decolar os resultados serão muito maiores que 1% ao mês e seu cliente vai lhe cobrar de novo por ter vendido os ativos a preço de banana.

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Nota

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Piter Carvalho

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