Pedro Signorelli

Otimismo x pessimismo: como trabalhar com ambos na medida certa?

A vida não é como no Instagram, no LinkedIn ou na TV. Na tela tudo é perfeito, tudo dá certo. A realidade é que as coisas também dão errado. Não somos perfeitos e nunca seremos

No mundo corporativo, vários são os casos conhecidos de projetos e trabalhos que passaram de uma perspectiva extremamente pessimista para uma majoritariamente otimista e vice e versa.

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Possuímos diversos “heróis” no mundo corporativo, nomes que admiramos. Mas esquecemos que só passamos a admirá-los depois que foram bem sucedidos em algo. Só conhecemos a última foto, não olhamos o filme da vida de cada um deles. Focamos no que deu certo e esquecemos, ou desconhecemos, o que passaram antes de chegar aonde chegaram: Walt Disney, Coronel Sanders (KFC) e muitos outros nomes.

Olhamos para Jeff Bezos e Mark Zuckerberg e vemos o império que construíram. Temos que olhar o que há por trás: uma ideia que parecia boa no início, persistência, sobretudo persistência. Bezos tinha convicção de que deveria ignorar os balanços trimestrais e a reação de Wall Street e focar no longo prazo. Persistiu e chegou aonde chegou. Mas se nomes consolidados como esses naturalmente se deparam dificuldades no decorrer da caminhada, como nós, iniciantes e com muito menos fama, podemos nos preparar para que, em alguma proporção, tenhamos sucesso no mundo corporativo?

Dificuldades de todas as naturezas sempre existirão e precisamos saber contorná-las. Precisamos começar com uma boa dose de realidade. A vida não é como no Instagram, no LinkedIn ou na TV. Na tela tudo é perfeito, tudo dá certo. A realidade é que as coisas também dão errado. Não somos perfeitos e nunca seremos. É preciso encarar “the brutal facts” nas palavras de Jim Collins.

Para enfrentar essas situações, existe uma ferramenta de gestão que pode muito bem ajudar a navegar diante da incerteza: os OKRs, Objectives and Keys Results (Objetivos e Resultados Chaves). De primeira, pense no seu cliente, o que ele quer, o que ele deseja; saiba que em vários casos, nem o cliente sabe que ele deseja, quem diz isso é ninguém menos que Steve Jobs. Experimente, erre, corrija, replaneje e repita. Use os OKRs para melhorar o que ficou bom.

Depois disso, crie uma visão otimista do futuro com a resolução dos seus principais problemas e compartilhe com o time, chame-o para ajudar a mapear e a propor soluções. Com disciplina, acompanhe sem punir o que não funcionou, mas garanta que houve aprendizado e que, desta maneira, você está um passo mais próximo da solução.

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Entrando no assunto do momento para o utilizar como exemplo, estamos desde 2002 sem um título mundial com a nossa seleção. E não é por falta de craques. Ao longo deste período diversos jogadores excepcionais passaram vestindo a camisa canarinho, mas o desafio tem sido montar um time onde um objetivo em comum prevaleça sobre os individuais. E isso é a mesma coisa que acontece nas empresas, talvez porque há muito otimismo e falte dedicação nos treinos, na tática, no senso coletivo.

Em suma, é preciso trabalhar em torno do objetivo comum, com otimismo, com pé no chão e muita disciplina de acompanhamento. Não adianta dizer que nosso objetivo é ganhar o mundial, isso é muito distante e amplo, não sabemos o que precisamos fazer hoje, amanhã. Não adianta dizer que nosso objetivo é ganhar o jogo, ora isto é muito óbvio, mas como?

Conhecer o adversário, como ele joga, qualidades e fraquezas e montar um plano tático para jogar em cima disso. Para isso, utilize o OKR, descreva detalhadamente o objetivo, o que é preciso ser feito para se chegar até ele (treino, alimentação, assistir a vídeos dos adversários etc.) e a função de cada um do time para se chegar a ele: neutralizar o jogador fulano em suas subidas pela ala esquerda, recompor a defesa rapidamente, marcar a saída de bola e por aí vai. Provavelmente estes OKRs vão empurrar um indicador chave que é o número de gols marcados e muito certamente trará o título, ou no nosso caso, o sucesso do projeto ou da carreira.

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Nota

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