Crise hídrica: um novo capítulo repetido
A economia, assim como a vida, anda em ciclos, as vezes de bonanças e outros nem tanto. E não é novidade que estamos em um período complicado (aqui abro parênteses para falar que vale para a vida, mas também para a economia). Não bastasse a crise mundial que estamos vivendo há mais de um ano, agora estamos em vias de enfrentar mais uma crise hídrica no Brasil.
Não é a primeira vez e possivelmente que não será a última, afinal temos um sério problema com investimentos em infraestrutura e planejamento em nosso país.
Quem se lembra do primeiro apagão que vivemos em 2001 e do racionamento de energia em 2015? Vejam só, 20 anos se passaram e estamos novamente falando sobre crise hídrica.
A falta de chuvas desde o início deste ano provocou uma forte queda no nível dos reservatórios que abastecem as hidrelétricas e, com isso, o Governo emitiu um alerta de risco hídrico para o país e elevou a bandeira tarifária para “vermelha – patamar 2” – a mais alta e mais cara.
Ou seja, pegará em cheio no bolso do consumidor. Além disso a meteorologia não prevê alívio próximo e o consumo de energia pode aumentar ainda mais se a economia voltar a se aquecer com o avanço da vacinação no país.
Ou seja, é possível que haja necessidade de o Governo recorrer as usinas mais poluentes, como as termelétricas, que geram energia muito mais cara, aumentando ainda mais o custo de produção das indústrias. E, de novo, a conta irá para o consumidor.
Já viram, né? Além de afetar toda a cadeia da economia desde o produtor ao consumidor final, uma crise desse tamanho coloca em xeque a imagem de nosso país, aumentando o risco e prejudicando o ingresso de investimentos, que já não andam lá muito bem.
Um problema estrutural recorrente e com forte ligação às questões do meio ambiente deveria ser prioridade de qualquer governo, independentemente de partido, ideal ou crença. O capítulo da crise hídrica pode até ser novo, mas a história é a mesma.
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