ClickBus: startup acelera digitalização no setor rodoviário, que evolui entre as techs

A ClickBus, plataforma online de venda de passagens rodoviárias, pretende pisar no acelerador para aprimorar a digitalização em um segmento que ainda fica para trás na nova economia, especialmente entre as techs. A empresa quer mudar o modo como clientes encaram viagens de ônibus ao comprar tickets.

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Posicionada em todas as pontas do ecossistema digital do setor rodoviário — GDS (agregador), OTA (plataforma online) e Gestor de Whitelabels (sites de empresas de ônibus e de rodoviárias) —, a ClickBus é uma startup líder de mercado em todas as unidades de negócios, com 160 empresas de transporte rodoviário no Brasil abrangendo 4,6 mil destinos.

A proposta da startup. fundada em 2013, é trazer tecnologia para aperfeiçoar o modo como passageiros encontram passagens online e contribuir para que empresas de ônibus aumentem as vendas digitais.

“É uma indústria que está passando por uma transformação, não só com a migração de clientes do offline ao online, mas com novas capacidades e evoluções,” contou Phillip Klien, ex-Uber (U1BE34) e PicPay e hoje CEO da ClickBus, ao SUNO Notícias.

Para acelerar o processo de aprimoramento da digitalização, a empresa conta com o apoio e suporte da Amazon Web Services (AWS), plataforma de nuvem que oferece serviços de datacenters em todo o mundo. De janeiro a maio deste ano, as startups brasileiras receberam US$ 3,2 bilhões (cerca de R$ 16,45 bilhões) de investidores — valor que equivale a mais de 90% do total investido em 2020, quando foram aportados US$ 3,5 bilhões.

A ClickBus não abriu todos os big numbers, mas disse esperar, para 2021, um resultado maior do que obtido em 2019, quando cresceu 46% em comparação a 2018.

O estalo da pandemia

Até o final do ano passado, a ClickBus vendeu mais de 25 milhões de passagens e atingiu um volume bruto de mercadoria (GMV) pré-pandemia de cerca de R$ 1 bilhão.

Março de 2020, quando começou a crise sanitária no país, abalou os planos do setor de turismo e transporte de passageiros. Klien afirmou que companhias chegaram a ver a demanda por passagens rodoviárias cair quase 100%, incluindo linhas interestaduais.

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Em 2020, a comercialização de passagens da startup recuou 20%, em relação a 2019, enquanto a venda online de passagens rodoviárias no Brasil apresentou queda de 39%.

A startup teve recuo de 27% no faturamento no ano passado. No primeiro trimestre de 2021, houve mais um estalo, com perda de 19% na receita, além de uma queda de 23% no total de passageiros embarcados em relação ao ano anterior. A recuperação veio à medida que os governos estaduais flexibilizaram as regras de mobilidade social, no segundo trimestre deste ano.

A despeito da corrosão, a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) catalisou a digitalização do setor. Segundo Klien, houve um ponto em que a venda de passagens online atingiu a marca de 35% a 40% do segmento, contra 12% anteriormente. Hoje, a métrica gira em torno de 20%.

“Todos os dias nos desafiamos a mudar o comportamento dos clientes e trazê-los ao online”, salientou o executivo.

Antes virar Bus do que Click

Dados da ClickBus apontam para um mercado de 130 milhões de passagens rodoviárias vendidas por mais de 190 empresas.

Não passa pela cabeça do novo CEO avançar para o mercado de passagens aéreas, ou qualquer outro. “Se tivesse um caminho estratégico e tivéssemos de eleger uma das palavras chaves do nosso nome, provavelmente tiraria o ‘Click’ e ficaria mais com o ‘Bus’”, acredita.

A empresa, na realidade, quer ir além — “cada vez mais ‘Bus’ e menos ‘Click’”. As equipes da empresa estudam a possibilidade de trazer para a viagem uma espécie de alarme, que dispararia quando o usuário chegasse ao local do destino. O software poderia funcionar inclusive sem acesso à internet. Um sinal de GPS faria a diferença.

“Quando temos uma discrepância tão grande entre o offline e o online, é importante o time focar em como conseguir trazer usuário para o digital,” disse Klien.

“A taxa de sucesso virá em facilitação e, cada vez mais, com uma proposta de valor mais contundente.” Para a ClickBus, o enabler de escalabilidade leva o nome de digitalização.

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Arthur Guimarães

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