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China se torna principal destino de investimentos estrangeiros, ultrapassando os EUA

Bolsas da Ásia no vermelho: Setor imobiliário da China e rigidez dos BCs

Bolsas da Ásia - Foto: Reprodução

A China se tornou o principal destino de investimentos estrangeiros diretos em 2020, ultrapassando os Estados Unidos, segundo dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU) neste domingo (24).

Segundo informações reveladas na Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês), novos investimentos de empresas estrageiras nos Estados Unidos caíram 49% em 2020, fazendo com que país deixasse o primeiro lugar onde esteve por décadas, abrindo caminho para a China.

Enquanto os norte-americanos lutavam contra a crise econômica e viam sua economia tombar como jamais visto, os investimentos estrangeiros nos chineses cresciam 4% no ano.

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Ao todo, os Estados Unidos receberam US$ 134 bilhões em investimentos estrangeiros no ano passado, enquanto os asiáticos registraram a entrada de US$ 163 bilhões. O pico a diferença entre os países foi em 2016, quando os norte-americanos receberam US$ 472 bilhões, ao passo que a China observou a entrada de US$ 134 bilhões.

Os números registrados em 2020 ressaltam o movimento chinês em direção ao centro da economia global, lugar onde os Estados Unidos estão, sobretudo desde o fim da Segunda Guerra Mundial. A troca de lugares foi intensificada ao longo das últimas décadas por conta da assunção chinesa como chão de fábrica mundial, expandindo sua participação no comércio global.

Segundo a PwC, uma das maiores consultorias do mundo, em 2050 a China terá o maior Produto Interno Bruto (PIB) do planeta, de US$ 58,49 trilhões. Os Estados Unidos estarão em terceiro lugar, abaixo da Índia. A projeção é de 2017.

Influência de Trump e divisão entre Ocidente e Oriente

Em todo seu governo, o ex-presidente norte-americano Donald Trump encorajou empresas estadunidenses a deixarem a China e restabelecerem suas atividades em território dos Estados Unidos.

Além disso, o mandatário alertou investidores chineses de que as aquisições nos Estados Unidos enfrentariam um novo escrutínio por motivos de segurança nacional. Essas foram apenas algumas das razões pelas quais o interesse chinês se distanciou da América do Norte.

Os números da Unctad também demonstram uma grande divisão entre o Ocidente e o Oriente desde o ano passado. Em 2020, o Leste Asiático atraiu mais de 30% de todos os investimentos estrangeiros mundiais, sua maior fatia recebia desde a década de 1980. A Índia, que também foi destaque, teve um aumento de 13%, impulsionada pela demanda por serviços digitais.

Já do lado do Ocidente, a União Europeia (UE) sofreu uma queda de 71% ao longo do ano. O Reino Unido e a Itália, que enfrentam as dificuldades geradas pela pandemia até hoje, ainda permanecem com altas taxa de mortalidade pelo vírus e uma profunda crise econômica. Dificuldade da mesma natureza é observada na Alemanha, maior economia da região, que está em lockdown.

PIB da China cresceu mais do que o esperado em 2020

O escritório nacional de estatísticas da China divulgou, no início da última semana, que a economia do país cresceu 2,30% em 2020, mais do que os 2,20% esperados pelos analistas ouvidos pela Bloomberg e do que os 1,90% esperados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

O país foi a única grande economia mundial a crescer em 2020. Apesar do avanço que superou as expectativas, essa é a menor taxa registrada pelo país desde 1976, quando esteve em recessão em meio a crises sociais e políticas.

De acordo com especialistas, a capacidade chinesa de controlar rapidamente a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) dentro de suas fronteiras fez com que a economia se recuperasse rapidamente.

E não para por aí: o crescimento da China parece estar voltando a acelerar. Na comparação de 12 meses, o PIB avançou 6,5% no quarto trimestre, ante 4,9% no terceiro e 3,2% no segundo.

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