Nova estratégia da China, dividendos da Vale (VALE3) e números fracos da Via (VIIA3): veja as 5 notícias mais lidas da semana

Na segunda semana de guerra, a Rússia intensificou os ataques à Ucrânia e sofreu outra série de sanções econômicas dos Estados Unidos e da União Europeia, em retaliação às investidas no território do vizinho pelas forças militares do país – acusado ainda de bombardear áreas repletas de civis. Negociações sobre um cessar-fogo não avançaram. Em meio ao choque nos mercados provocado pelo conflito, com o petróleo oscilando acima dos US$ 120 e incertezas sobre as transações de commodities, qual será a postura da China, grande parceiro comercial da Rússia? O gigante da Ásia repensa a estratégia econômica que regula os preços do minério de ferro e derivados. Mas o que fará exatamente? O assunto, tema de reportagem especial durante a semana, intrigou e despertou muito interesse — e foi a notícia mais lida da semana.

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Na terça. dia marcado por outro sobe e desce na bolsa de valores de São Paulo com o noticiário da guerra na Ucrânia, a Vale (VALE3) chamou atenção. A companhia, uma das maiores pagadoras de dividendos, atualizou valores por ação dos proventos no total de US$ 3,5 bilhões (aproximadamente R$ 17,7 bilhões). A nota anunciada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) virou post, chamou atenção e foi parar no top 5 dos mais lidas da semana.

A Petrobras (PETR4) reajustou os preços dos combustíveis na quinta (10). Não foi, claro, um aumento qualquer: a alta de 19% na gasolina e de 25% no diesel representou a  maior elevação em duas décadas. Na segunda (7) a pauta sobre o aumento tinha derrubado o Ibovespa — com  rumores sobre congelamento feito pelo governo para tentar frear a disparada do petróleo. O impacto foi grande: na noite da quinta, filas de carros se formaram em postos em todo o país antes do reajuste. No Congresso, deputados e senadores aprovaram um projeto de lei que estabelece uma alíquota única do ICMS para tentar diminuir os preços e, na sexta, houve movimentação de caminhoneiros em protesto, ameaçando uma greve.

Economistas analisaram os impactos do aumento dos combustíveis sobre a inflação. Podem vir reajustes maiores. A matéria com as projeções e o que pode acontecer com as ações da Petrobras foi a terceira mais lida da semana.

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O cenário macro, com os riscos de alta dos preços e dos juros para as varejistas, foi o tema também de uma matéria sobre a Via (VIIA3). Era uma prévia sobre o balanço aguardado da companhia, que divulgaria seus números do quarto trimestre de 2021 na quarta (9). Analistas fizeram suas projeções sobre a Via. A matéria sobre a prévia da Via atiçou a curiosidade e foi parar entre as cinco mais lidas. Os analistas previram um prejuízo milionário e explicaram por que ocorreria — não acertaram, como mostrou o balanço que a empresa soltaria na quarta, mas cravaram que o desempenho não agradaria o mercado.

Outra prévia de uma gigante varejista foi parar nas mais lidas da semana – a do Magazine Luiza (MGLU3), que solta os resultados do 4T21 na segunda (14). Os analistas também não esperam bons números do Magalu. O cenário macroeconômico deteriorado e pressionando o poder de compra dos consumidores indicam queda nas vendas do 4T21 do Magazine Luiza.

Veja abaixo o resumo das principais notícias da semana. Acesse os links para ler o texto completo. Bom final de semana!

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China muda postura sobre minério de ferro após guerra na Ucrânia

Por causa do choque que a guerra na Ucrânia causou nos mercados ao redor do globo, a China agora reconsidera a estratégia econômica que vinha adotando para regular os preços do minério de ferro e derivados.

Desde o início do conflito, a cotação do minério de ferro na bolsa de Dalian, na China, chegou a atingir o ápice de valorização de 23,8% no fechamento desta segunda-feira (7), a 870 yuans, ou US$ 139,2, por tonelada.

A China é disparado o maior importador global do minério de ferro. Em 2019, um ano antes de a Covid-19 ser declarada uma pandemia, a China importou 1,07 bilhão de toneladas de minério de ferro. Em comparação, o Japão, em segundo lugar, importou 119,6 milhões – 8,9 vezes menos.

A China é também a líder mundial em produção de aço e responde por mais da metade da produção global. Qual seria essa mudança na condução econômica sobre as commodities?

China: metrópoles . Foto: Pexels
Metrópoles na China: país importou 1,07 bilhão de toneladas de minério de ferro. Em comparação, o Japão, em segundo lugar, importou 119,6 milhões – 8,9 vezes menos. Foto: Pexels

Vale (VALE3) aumenta valor por ação dos dividendos de R$ 17,7 bi

A mineradora Vale (VALE3) informou nesta terça-feira (8) sobre uma atualização do valor do dividendo divulgado no dia 24 de fevereiro, no montante de US$ 3,5 bilhões (aproximadamente R$ 17,7 bilhões).

Com isso, o valor final dos dividendos da Vale anunciado mês passado pelo valor unitário de R$ 3,701840165 aumentou para R$ 3,7192565881 por ação.

A empresa já havia explicado que correções iriam acontecer em razão do programa de recompra de ações e do pagamento da remuneração de longo prazo aos seus executivos, alterando o número de ações em tesouraria.

Petrobras (PETR4): maior reajuste em 20 anos impacta a inflação; analistas reiteram compra

Petrobras (PETR4) anunciou nesta quinta-feira (10) um aumento nos valores de gasolina e diesel em função da alta intensa do petróleo. A alta foi de 19% na gasolina e de 25% no diesel. Foi o maior reajuste dos combustíveis em duas décadas.

Os analistas do Goldman Sachs acreditam que os preços de diesel e de gasolina estão 6% e 12% abaixo da paridade de importação, respectivamente, na comparação internacional.

Enxergam o reajuste da Petrobras como positivo para a companhia: “A partir de conversas recentes com investidores, entendemos que os ajustes de preços de combustível não eram esperados por todo o mercado participante, em meio ao ambiente macro desafiador no Brasil”.

O banco afirma que já esperava a alta nos preços, mas, dada a magnitude dos ajustes, isso pode levar a mais ruído negativo do governo em torno da política de preços de combustível e paridade internacional e aumento do risco de interferência política na empresa.

“Vemos um risco/recompensa atraente, mas reconhecemos os riscos de uma mudança na política de preços de combustível e na estratégia de alocação de capital principalmente após a eleição presidencial deste ano no Brasil”, diz o relatório assinado por Bruno Amorim e João Frizo.

Via (VIIA3): prejuízo milionário e queda nas vendas? Os números da varejista

A Via (VIIA3) atrai a atenção dos investidores após uma maré negativa com perdas acima de 65% nos últimos 12 meses. O cenário competitivo e a inflação persistente fazem com que os analistas do Itaú BBA e da XP projetem prejuízo na casa de R$ 120 milhões para a varejista no quarto trimestre de 2021.

No seu resultado do 4T21, a Via também deve manter o mercado atualizado sobre as suas intempéries negativas dos períodos anteriores – como encargos trabalhistas relativamente altos no balanço do 3T21, que ocasionaram quedas nos papéis da varejista.

Para o Itáu BBA, o resultado trimestral da Via continuará a ser pressionado pelas provisões trabalhistas, levando a empresa a um prejuízo de R$ 127 milhões no 4T21, com R$ 594 milhões de EBITDA ajustado e 7,1% de margem Ebitda.

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Os analistas do banco veem um recuo de 20% nas vendas mesmas lojas no trimestre. Mas, por outro lado, acreditam em um crescimento anual de 15% no GMV (volume bruto de mercadorias) Online.

“No entanto, ainda esperamos pressão na receita, que deve ficar em R$ 8,4 bilhões. Em relação à rentabilidade, não esperamos grandes mudanças em relação à dinâmica observada no 4T20, com apenas uma leve pressão sobre margem EBITDA bruta e ajustada, que devem permanecer em 29,0% e 7,1%, respectivamente”, dizem os analistas.

Magazine Luiza (MGLU3) deve apresentar prejuízo e queda nas vendas do 4T21

Na próxima segunda-feira (14), o Magazine Luiza (MGLU3) apresenta seus resultados do quarto trimestre de 2021 – e os analistas não esperam bons números. Com o cenário macroeconômico deteriorado e pressionando o poder de compra dos consumidores, as perspectivas são de prejuízo líquido e queda nas vendas do 4T21.

A XP estima que a empresa terá prejuízo líquido de R$ 58 milhões entre outubro e dezembro de 2021. Já o BTG projeta que o prejuízo será de R$ 14 milhões.

A análise do BTG Pactual (BPAC11) indica que a operação do Magazine Luiza sofre uma pressão que é comum para o setor de e-commerce. Os principais pontos são:

  • desaceleração do e-commerce brasileiro, que é particularmente forte para operadores de eletrônicos e 1P (estoque próprio);
  • concorrência de empresas nacionais e internacionais (com mais descontos, subsídios e custo de aquisição de clientes crescente); e
  • preocupações com margens sustentáveis, dada a perspectiva competitiva do setor.

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Marco Antônio Lopes

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