Via (VIIA3) lucra R$ 29 milhões no 4T21, queda de 91,4% em um ano

A Via (VIIA3) registrou um lucro líquido contábil de R$ 29 milhões no quarto trimestre de 2021 (4T21), valor 91,4% menor na comparação anual. Excluindo ajustes não recorrentes, a Via informa que o lucro líquido operacional foi de R$ 125 milhões no período de outubro a dezembro de 2021, queda de 73,4% na comparação ano a ano.

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No acumulado de 2021, a Via teve um prejuízo líquido de R$ 297 milhões, revertendo os ganhos registrados em 2020, que somaram R$ 1,004 bilhão. Porém, sem efeitos não recorrentes, o lucro líquido operacional da varejista em 2021 teria sido de R$ 538 milhões, alta de 32,2% frente aos R$ 407 milhões de 2020.

Entretanto, os resultados do 4T21 da Via vieram melhores do que a estimativa do mercado. As projeções do consenso da Refinitiv apontavam para um lucro líquido de R$ 17 milhões, valor 70% menor do que o apresentado pela dona das Casas Bahia e Ponto.

Em relação às provisões trabalhistas, que foram uma surpresa nos resultados do 3T21 da Via, a empresa informa que houve monetização de impostos na ordem de R$ 1,6 bilhão em 2021, com destravamento de liquidez que “foi mais do que suficiente para compensar os desembolsos das despesas trabalhistas”, diz o balanço financeiro da Via.

Os ajustes não recorrentes do 4T21, que referem-se aos pagamentos de provisões trabalhistas, foi de R$ 85 milhões, segundo o relatório. No ano de 2021, chegou a R$ 979 milhões. No balanço do 3T21, a Via projetou que os valores ficariam entre R$ 100 milhões e R$ 200 milhões no resultado do quarto trimestre.

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Ebitda e receita da Via no 4T21

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da Via no 4T21 foi de R$ 641 milhões, alta de 17,6% na comparação anual. Já a margem Ebitda ajustada ficou em 7,9%, com incremento de 2,1 pontos percentuais em um ano.

A projeção do consenso Refinitiv para esse indicador de lucro era de R$ 557,3 milhões, montante 15% menor. No balanço, a empresa explica que o crescimento do Ebitda foi em função de ganhos de produtividade e bom controle de despesas.

No acumulado de 2021, o Ebitda ajustado da Via somou R$ 1,37 bilhão, uma queda de 53% frente aos R$ 2,92 bilhões de 2020.

A varejista informa no relatório trimestral que, na linha do Ebitda, os ajustes não recorrentes relacionado à atualização dos processos trabalhistas foi de R$ 93 milhões no 4T21 e de R$ 1,1 bilhão no ano.

Sem os ajustes, o Ebitda ajustado operacional do 4T21 foi de R$ 734 milhões (+6,7% a/a), e no ano somou R$ 2,47 bilhões (+9,8% a/a).

A Via registrou uma receita líquida de R$ 8,13 bilhões no 4T21, valor 14,2% inferior ao do mesmo período de 2020. No ano de 2021, a receita líquida da empresa somou R$ 30,9 bilhões – um aumento de 6,9% na comparação com o ano de 2020.

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Volume de vendas no quarto trimestre

O volume bruto de vendas da Via foi de R$ 11,79 bilhões no período de outubro a dezembro de 2021. Trata-se de queda de 6,9% na comparação com o mesmo período de 2020.

O destaque do 4T21 foram as vendas digitais da empresa, que somaram R$ 6,56 bilhões, alta de 9,9% na comparação anual. Já as vendas das lojas físicas caíram 24,3% na mesma comparação, para R$ 5,82 bilhões.

No 4T21, as vendas digitais corresponderam a 55,7% do GMV total da Via, com destaque para o marketplace, que cresceu 68% no período. O e-commerce 1P (estoque próprio) cresceu 7,7%, enquanto o 3P online (estoque de terceiros) expandiu 20%.

“Afirmamos que 2021 seria o ano do marketplace, e assim foi. (…) Construímos um marketplace robusto e chegamos ao fim do ano com mais de 130 mil sellers (vendedores) e um amplo sortimento de 41 milhões de SKUs (unidades de estoque), no qual os itens de cauda longa representaram 60% dos pedidos realizados no 4T21″, diz a Via em seu balanço financeiro.

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Resultado Financeiro da Via

No 4T21, o resultado financeiro líquido da Via, considerando os ajustes não-recorrentes, ficou em R$ 411 milhões negativos, uma piora de 60,5% frente aos R$ 256 milhões negativos do mesmo período de 2020.

De acordo com a varejistas, trata-se de um reflexo, principalmente do aumento da taxa Selic em um ano e do aumento da antecipação de recebíveis de cartão de crédito. Os ajustes não recorrentes foram de R$ 27 milhões no período de outubro a dezembro de 2021.

O indicador de alavancagem financeira da Via, medido pelo caixa líquido/Ebitda ajustado dos últimos 12 meses ficou em 1,5x em dezembro/21, enquanto em setembro estava em 1,4x. Já no 4T20, o indicador era de 1,8x. A participação do endividamento de longo prazo estava em 78% em dez/21 contra 42% em set/21.

Nos últimos 12 meses, a Via informa que apresentou redução na posição de caixa líquido ajustado da ordem de R$ 3,3 bilhões em função do capex recorde de R$ 1 bilhão em 2021 e da decisão estratégica de aumentar a posição de estoque em 2021, “a fim de evitar falta de produtos, posição que será normalizada ao longo de 2022”.

De acordo com o balanço financeiro da Via, 60% dos investimentos foram direcionados para projetos de tecnologia e infraestrutura.

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Monique Lima

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