Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG) serão privatizadas? Analistas comentam

O governado do Estado de Minas Gerais protocolou na Assembleia Legislativa do Estado (ALMG) uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que traz mais agilidade para que empresas controladas direta ou indiretamente pelo governo mineiro, como Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG), possam ser desestatizadas.

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A PEC, que passará por análise do poder legislativo, simplifica os processos de venda de empresas estatais. Além disso, retoma a necessidade de quórum simples para aprovação de lei que autoriza alteração em estrutura societária ou cisão de sociedade de economia mista e de empresa pública.

Hoje, é necessário que três quintos dos deputados votem a favor das alterações.

A PEC desobriga o Estado de realizar consulta à população (referendo), relacionada às desestatizações, e estabelece que essas privatizações exigiriam uma votação de 50% +1 na ALMG para serem aprovadas (atualmente, 60%).

Atualmente, a constituição estadual exige um referendo público para aprovar a privatização dos serviços de água (Copasa), energia (Cemig) e gás (Gasmig).

Em comunicado à imprensa, o Estado de Minas Gerais informou que enviará as propostas de privatização para a aprovação da Assembleia assim que seus estudos de viabilidade forem concluídos. A entidade também declarou que pretende concluir as privatizações antes de 2026, quando termina o mandato do atual governador.

Segundo os analistas Vladimir Pinto e Maíra Maldonado, da XP, a notícia é positiva tanto para a Cemig quanto para a Copasa, sendo o primeiro passo no longo caminho da privatização.

“Acreditamos que o Governo do Estado de Minas Gerais só enviaria tal proposta se acreditasse que a chance de aprovação é alta. A decisão de postergar a privatização também parece sensata, pois acreditamos que há diferentes resistências políticas à privatização de cada empresa (Copasa e Gasmig menos do que a Cemig)”, afirmaram.

No entanto, diz a casa, há várias questões a serem definidas e obstáculos a serem superados, o que explica o cronograma “conservador” apresentado no comunicado, como:

  • A aprovação das privatizações de cada empresa na ALMG;
  • A definição do modelo regulatório da Copasa;
  • O modelo de privatização a ser escolhido (venda de todas as ações, capitalização + venda secundária, etc.);
  • A situação da Gasmig (vendida junto com a Cemig ou separadamente).

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Cemig: lucro líquido recorrente chega a R$ 1,21 bilhão no segundo trimestre, alta de 6,6% em um ano

A Cemig registrou um lucro líquido recorrente de R$ 1,214 bilhão no segundo trimestre de 2023, alta de 6,6% em relação ao reportado em igual etapa do ano anterior.

Cemig no 2T23 também mostrou Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda) ajustado de R$ 1,88 bilhão, representando um crescimento de 3,8% no comparativo com igual etapa do ano anterior.

Já a receita líquida da companhia foi de R$ 8,82 bilhões, representando uma alta de 7,4% no comparativo com igual intervalo do ano anterior.

Operacional da Cemig no 2T23

Nos dados operacionais, o resultado da Cemig mostrou que a receita com fornecimento bruto de energia somou R$ 7,528 bilhões no 2T23, uma queda de 4% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O fornecimento bruto de energia totalizou 15.672.965 megawatts-hora (MWh), implicando em uma alta de 2,89% em relação ao mesmo período do ano passado.

Além disso, o fornecimento bruto de energia elétrica pela classe residencial na área de concessão da Cemig foi de 2.944.206 MWh.

No segmento industrial da Cemig, foi de 4.595.472 MWh, ao passo que no segmento de Comércio e Serviço foi de 2.424.104 Mwh.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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