BRF (BRFS3) e Eztec (EZTC3) lideram quedas do Ibovespa na semana

O Ibovespa cravou sua quarta semana consecutiva de altas ao somar 0,30% de ganhos entre segunda (31) e sexta-feira (04), algo que não acontecia desde o fim de 2020. O índice fechou na sexta aos 112.245 pontos, valor 7% maior do que o registrado no primeiro pregão de janeiro, de 103.922 pontos.

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Das 92 empresas listadas no Ibovespa, 54 delas registraram perdas nesta semana. As outras 38 ficaram no campo positivo. Os primeiros lugares do ranking foram Braskem (BRKM5) e Bradespar (BRAP4).

BRF (BRFS3), Eztec (EZTC3) e Alpargatas (ALPA4) ficaram na ponta negativa do Ibovespa.

O principal evento da semana – que derrubou o Ibovespa -1,18% na quarta-feira (02) – foi a divulgação da nova taxa básica de juros do País pelo Banco Central (BC). Na quarta, a taxa Selic passou de 9,25% ao ano para 10,75% ao ano. Com a decisão, o juro voltou ao patamar de dois dígitos pela primeira vez em quatro anos e meio, a última vez foi em julho de 2017.

Confira a queda dos ativos que lideraram as piores perdas do Ibovespa na semana:

TickerEmpresaVariaçãoPreço
BRFBRFS3-17,94%R$ 18,75
EztecEZTC3-10,81%R$ 19,14
AlpargatasALPA4-10,16%R$ 25,83
MarfrigMRFG3-9,97%R$ 20,32
DexcoDXCO3-9,53%R$ 13,77

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Follow-on da BRF não agrada o mercado

A BRF (BRFS3) precificou seu follow-on em R$ 20 por ação, correspondente a um desconto de 7,5% frente o fechamento anterior (R$ 21,63) e 2,0% abaixo do nível em que a ação estava sendo negociada antes do anúncio da oferta.

A empresa emitiu 270 milhões de novas ações, com arrecadação de R$ 5,4 bilhões – abaixo das expectativas de R$ 8 bilhões. De acordo com a BRF, a parcela adicional de 54 milhões ações não foi executada.

Além disso, a expectativa de aumento de posição da Marfrig (MRFG3) na concorrente também foi por água abaixo. A Marfrig não aumentou sua participação além dos atuais 31,66%.

Com isso, as ações da BRF figuraram entre as piores quedas do Ibovespa na semana, após despencar 17,94%, para R$ 18,75.

Eztec despenca com alta dos juros

A Eztec (EZTC3) registrou queda de 10,81% na semana, acompanhando o pessimismo para o mercado de construção civil após a nova alta na taxa básica de juros. Com isso, os papéis da incorporadora saíram do valor de R$ 21,44 para R$ 19,14.

O mercado espera que a empresa tenha uma postura mais cautelosa em relação aos lançamentos previstos para 2022. Até porque, em 2021 a Eztec registrou menos vendas do que o esperado.

No quarto trimestre de 2021, as vendas líquidas da Eztec representaram 11,6% do que havia de estoque, contra 14% em igual período de 2020. Em todo o ano, a proporção foi de 29,3%, abaixo dos 40,8% verificados no ano anterior.

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Alpargatas também repercute juros

Na mesma esteira da Eztec, a Alpargatas (ALPA4) viu o valor das suas ações caírem com a perspectiva da taxa Selic mais alta. Integrante do setor de varejo, a empresa sofre duas vezes com o juros básico mais alto:

  • juros maiores diminuem o poder de compra da pessoa física, principalmente para classes menores; e
  • com aumento dos juros, o custo da dívida também sobe e aumenta o pagamento aos credores.

Com a piora das perspectivas, as ações da Alpargatas caíram 10,16%, para R$ 25,83.

Marfrig e Dexco fecham quedas do Ibovespa

As quedas de Marfrig (MRFG3) e Dexco (DXCO3) seguem os mesmos motivos das empresas anteriores: Marfrig caiu após follow-on da BRF e Dexco perdeu valor com o aumento da taxa de juros e deterioração do cenário econômico.

As ações da Marfrig caíram 9,97%, para R$ 20,32 e as ações da Dexco perderam 9,53% do valor, para R$ 13,77.

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Monique Lima

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