Braskem (BRKM5): minoritários receberam proposta da J&F com ressalvas, diz jornal

A J&F Investimentos, holding da família Batista, dona da JBS (JBSS3), ofereceu R$ 10 bilhões para ficar com a dívida da Novonor junto a cinco bancos, mas não indicou quais serão os passos para assumir, posteriormente, a participação acionária na Braskem (BRKM5), apurou o jornal Valor Econômico. Isso desagradou acionistas minoritários da petroquímica, diz a reportagem.

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“A oferta da J&F representa o ‘pior cenário’, pois há muito pouca ou nenhuma transparência sobre o que virá depois”, disse um dos acionistas minoritários à publicação.

Uma outra fonte, próxima a um dos minoritários relevantes, pontuou ao Valor que o formato da operação pretendida pela J&F pode levar a uma discussão sobre a necessidade de a oferta ser estendida aos demais acionistas de Braskem, acrescentando não estar claro se os bancos credores irão aceitar um desconto tão relevante (cerca de um terço em relação ao valor atual da dívida, embutido na proposta da J&F).

Ao todo, Bradesco (BBDC4), Itaú Unibanco (ITUB4), Santander Brasil (SANB11), Banco do Brasil (BBAS3) e Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) têm mais de R$ 14 bilhões a receber da Novonor, antiga Odebrecht. As instituições precisam estar de acordo para que qualquer das propostas recebidas – Apollo-Adnoc, Unipar (UNIP6) e J&F – chegue às vias de fato, disse o Valor.

Em referência à oferta dos Batista, os bancos precisam primeiro aceitar a oferta para que então, aconteçam as conversas com os minoritários, disse uma outra fonte à reportagem.

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Petrobras começou processo de análise que pode levar à compra de ações na Braskem

Petrobras (PETR4) solicitou acesso ao virtual data room da Braskem, iniciando na segunda (10) o processo de due diligence, ou seja, uma análise mais profunda e completa sobre os números da Braskem.

O processo de análise ocorre conforme as regras previstas no acordo de acionistas da Braskem, assinado entre Petrobras e Novonor, controladora da Braskem, e poderia servir para um eventual exercício de tag along ou de direito de preferência na compra de ações que a Novonor vendesse posteriormente.

Apesar do processo de due diligence ter se iniciado, a diretoria executiva e o conselho de administração da Petrobras não tomaram qualquer decisão sobre o processo de venda ou de aumento de participação na Braskem.

Assim, a Petrobras ressalta que essa seria apenas uma das etapas necessárias referente aos direitos de tag along e de preferência que estão previstos no acordo de acionistas.

A Petrobras destaca que “decisões sobre investimentos e desinvestimentos são pautadas em análises criteriosas e estudos técnicos, em observância às práticas de governança e aos procedimentos internos aplicáveis.

Petrobras pode se tornar controladora?

Ainda no mês de junho, o portal Broadcast apontou que a Petrobras tinha a pretensão de se tornar controladora da Braskem, o que representaria a retomada do projeto original que se iniciou no ano de 2007.

Cabe lembrar que a Petrobras tem direito de preferência na compra de ações da Braskem, mas a atual controladora da empresa é a Novonor, antiga Odebrecht, com participação de 50,1%. A estatal brasileira vem logo em seguida com participação acionária de 47%.

Depois da notícia veiculada pelo Broadcast e por outros veículos de imprensa na época, a Braskem solicitou esclarecimentos à Petrobras que, em comunicado emitido ao mercado, disse que “a atuação no setor petroquímico é um dos pontos do Plano Estratégico 2024-2028”.

Além disso, a Petrobras informou que não havia qualquer decisão da diretoria executiva ou do conselho de administração em relação ao processo de desinvestimento, ou de aumento de participação na Braskem.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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