Bolsonaro abraça ideia de furar teto de gastos e pede ‘patriotismo’

O presidente da República, Jair Bolsonaro, declarou nesta na noite desta quinta-feira (13) que o Brasil pode furar teto de gastos públicos em casos de emergência, tal como na pandemia de covid-19.

A fala do mandatário, durante live nas redes sociais, acontece apenas um dia depois do próprio defender em sua conta oficial o comprometimento com a disciplina e responsabilidade fiscal. Bolsonaro ainda pediu a compreensão do mercado e “patriotismo” no caso de estourar o teto de gastos.

“A ideia de furar teto existe, o pessoal debate. Qual é o problema? Na pandemia, temos a PEC de Guerra. ‘Presidente, nós já furamos o teto em mais ou menos R$ 700 bilhões, dá para furar mais R$ 20 bilhões?’ Qual a justificativa? Se for para [enfrentar o] vírus, não tem problema nenhum”, comunicou o presidente.

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“Já gastamos R$ 700 bilhões, vamos gastar mais R$ 20 bilhões ou não? O [ministro da Economia] Paulo Guedes fala: ‘está sinalizando para a economia, para o mercado, que está furando o teto, dando um jeitinho’. Outro lá na ponta, de outro Poder, fala: ‘não vou aceitar jeitinho’. Ao invés de telefonar, conversar, ver o que está acontecendo”, acrescentou Bolsonaro.

O teto de gastos é uma determinação prevista na Constituição Federal para impedir que despesas de orçamento e gastos estrondosos do governo brasileiro não escalem em ritmo superior ao da inflação.

Bolsonaro diz que mercado deve dar um tempinho

O presidente brasileiro ainda pediu um tempinho e uma dose de patriotismo ao mercado. “Tem que dar um tempinho também. Um pouquinho de patriotismo não faz mal a eles”, afirmou.

O mandatário também insinuou que certas informações estariam sendo vazadas por pessoas com interesses. “Se bem que tem gente que vaza e tem negócios. A gente manda investigar muitas vezes aqui, aciona a CVM [Comissão de Valores Mobiliários], para ver se esse vazamento publicado em tal local da imprensa foi fake news, uma mentira para mexer no mercado e alguém ganhar dinheiro”, afirmou.

Nesse sentido, o presidente criticou o “cobertor curto” em alguns setores da economia, justificando o comprometimento para suprir outras áreas frente à crise da covid-19. “Em torno de 95% do orçamento é comprometido, e a briga, no bom sentido, é salutar. Existe e nós vamos ter problema. A previsão para arrecadar ano que vem vai cair”, avaliou Bolsonaro.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), salientou, há dois dias, que não aceitaria “jeitinho” para furar o teto de gastos. Durante a transmissão, Bolsonaro não mencionou nomes de nenhum representante dos outros Poderes.

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Arthur Guimarães

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