Bolsas mundiais: Ásia fecha sem direção única e Europa opera em baixa

Entre as bolsas mundiais hoje, as da Ásia encerraram o pregão sem direção única, na volta de feriado que deixou os negócios da China continental fechados nos últimos dias. Investidores se posicionam para a decisão do Federal Reserve (Fed), que deve entregar o primeiro corte de juros desde o começo da pandemia de covid-19.

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Operadores vêm reforçando as apostas em uma redução de 50 pontos-base na taxa básica americana, mas o Societe Generale avalia que os dados recentes de inflação pedem uma postura mais comedida. Por isso, o banco acredita que os mercados acionários estão “expostos” a um eventual ajuste de 25 pontos-base, que poderia ter repercussões negativas nas mesas de operações.

Neste ambiente incerto, o índice Xangai Composto fechou em alta de 0,49%, a 2.717,28 pontos, mas o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 0,17%, a 1.473,73 pontos. Não houve negócios em Hong Kong e Seul, por conta do festival de outono.

No Japão, o Nikkei subiu 0,49% em Tóquio, a 36.380,17 pontos. Em destaque, Hino Motors avançou 3,94%, Mazda Motor ganhou 3,62% e Disco Corp se elevou 3,32%.

Em Taiwan, o índice Taiex recuou 0,78%, a 21.678,84 pontos. Na Oceania, o S&P/ASX 200 computou ganho marginal de 0,01% em Sydney, a 8.142,10 pontos.

Bolsas da Europa caem

As bolsas da Europa operam em queda nesta manhã, em meio à incerteza sobre a dimensão do corte de juros que o Federal Reserve (Fed) entregará na tarde de hoje. Sinais de resiliência da inflação subjacente no Reino Unido amplificaram a pressão sobre os negócios britânicos.

Por volta das 06h40 (de Brasília), o índice Stoxx 600 caía 0,34%, a 515,42 pontos.

Economistas e operadores financeiros divergem sobre o desfecho da aguardada reunião do Fed. A curva futura mostra cerca de 60% de chance de a autoridade monetária optar por uma redução de 50 pontos-base na taxa básica, conforme sugere a plataforma de monitoramento do CME Group. Mas boa parte dos analistas defende que os dados de preços pedem um primeiro passo mais comedido.

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O cenário mantém um incomum clima de suspense nas mesas de operações horas antes do anúncio do Fed. “Você teria que voltar mais de 15 anos para encontrar uma situação tão incerta tão perto da decisão. Muito dinheiro será ganho e perdido hoje”, avisa o Deutsche Bank.

Independentemente da dimensão, o processo de afrouxamento deve ser benéfico às ações em um horizonte de tempo estendido, segundo análise do Saxo Bank. Entre os 20 ciclos de cortes conduzidos pelo Fed desde 1957, apenas três foram seguidos por retornos negativos nos 24 meses subsequentes, de acordo com o banco. “Para os investidores de longo prazo, a questão é mais pensar se você tem os itens certos na carteira quando as taxas de juros estão caindo”, explica.

Do outro lado do Atlântico, a aceleração do núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI) britânico em agosto afasta ainda mais a possibilidade de o Banco da Inglaterra (BoE) seguir o Fed com uma baixa de juros amanhã. “O Banco pode começar a preocupar-se com a trajetória da inflação do CPI e da inflação dos serviços”, alerta a Capital Economics.

O indicador impulsionou a libra e os rendimentos dos Gilts britânicos, além de ter pressionado a bolsa de Londres. No horário citado acima, o índice FTSE 100 caía 0,51%, enquanto a divisa do Reino Unido tinha valorização a US$ 1,3215. O papel da Reckitt Benckiser, no entanto, subia 1,00%, na esteira de relato sobre potencial venda da divisão de cuidados domiciliares.

Na zona do euro, a revisão do CPI da zona do euro confirmou desaceleração à taxa anual de 2,2% no mês passado, uma semana depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter voltado a diminuir suas taxas de referência.

Entre ações individuais, Davide Campari-Milano despencava 4,59% em Milão, após o CEO da fabricante de bebidas alcoólicas, Matteo Fantacchiotti, renunciar ao cargo meses depois de assumir o comando da empresa. Assim, o índice referencial da praça italiana, o FTSE MIB, tinha perda marginal de 0,02%.

Na Dinamarca, Novo Nordisk caía 1,84%, depois que a Bloomberg revelou que o medicamento de redução de peso Ozempik deve estar na lista dos itens médicos nas negociações para corte de preços nos EUA, segundo um executivo da farmacêutica.

Entre as demais bolsas, Frankfurt caía 0,04%, Paris cedia 0,27% e Lisboa recuava 0,23%. No câmbio, o euro avançava a US$ 1,1136. Os juros dos Bunds alemães e dos BTPs italianos também operavam em alta.

Com Estadão Conteúdo

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Guilherme Serrano

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