Bolsas dos EUA caem após inflação recorde; S&P despenca 2,8%

Com um cenário de inflação recorde nos Estados Unidos, as bolsas dos EUA operam em queda franca nesta sexta-feira (10).

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Os dados do CPI, o principal indicador de inflação dos EUA, mostraram 8,6% no anualizado, o maior número para os últimos 40 anos. Somente em maio, foi 1% de alta, segundo que a divulgação do dado feita hoje mais cedo, ainda antes da abertura das bolsas dos EUA.

Com isso, o S&P despenca 2,8%, a Nasdaq cai 3,53% e o Dow Jones recua 2,57%.

Isso ocorre porque o relatório de inflação, além de figurar como recorde, ficou muito acima do consenso dos analistas – o que também agrava o panorama macroeconômico dos EUA, que já sofre com tensões sobre os movimentos do Federal Reserva no ajuste dos juros.

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Com o contexto de liquidações e quedas de ações nas bolsas dos EUA, praticamente todas as empresas listadas no Dow Jones, por exemplo, estão no vermelho. Empresas de tecnologia, como Apple (AAPL34) e Microsoft (MSFT34), caem cerca de 3%.

“Estão confirmando alguns dos temores que ouvi dos investidores esta semana”, disse, em entrevista à CNBC, Lori Calvasina, chefe de estratégia de ações dos EUA na RBC Capital Markets.

“Isso força as ações a permanecerem no fundo do intervalo em que estão? Talvez. Não acho que isso seja suficiente para forçá-lo a novos mínimos ”, acrescentou.

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O cenário conta com mais tensão sobre uma possível recessão econômica na economia americana, o que penaliza o investimento na bolsa de valores. Essa tese já havia ganhado algum fôlego nas últimas semanas, com divulgações de outros indicadores, como a leitura preliminar de junho para o índice de confiança do consumidor de Michigan, que ficou bem abaixo das expectativas em recorde negativo.

Veja mais dados sobre a inflação nos EUA

Os dados do CPI mostram uma alta de 1% em maio com ajustes sazonais, segundo o Departamento de Trabalho dos EUA.

Em termos de segmento, o núcleo do CPI, que exclui os voláteis preços de alimentos e energia, aumentou 0,6% na comparação mensal de maio, a mesma variação registrada em abril. Neste caso, o consenso do mercado também apontava para acréscimo menor da inflação dos EUA, de 0,5%.

“Vale pontuar que o índice apenas ajudará a reforçar perspectivas de quão célere deverá ser o avanço praticado pela autoridade monetária americana, ou seja, nem se cogita a possibilidade de manter o ritmo em 25bps ou até mesmo interrupções ainda esse ano, principalmente depois das declarações da vice-presidente, Brainard”, comenta o analista da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.

Vale frisar que, com esses dados, além da retração nas bolsas dos EUA, os índices europeus fecharam o dia em baixas de 2% e 3%, com retração de 2,6% no Stoxx-600, e o Ibovespa cai 1,23% no intradia.

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Eduardo Vargas

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