Especialistas ouvidos pelo Banco Central (BC) voltaram a diminuir a expectativa pela queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano. De acordo com o Boletim Focus publicado nesta segunda-feira (14), a economia brasileira deve cair 5,11% em 2020, contra uma estimativa de um tombo de 5,31% na última semana.
Embora as estimativas pela queda do PIB tenham diminuído nas últimas semanas — chegou a ser de -6,28% em meados deste ano –, caso as projeções do Boletim Focus se confirmem, esse será o pior desempenho da economia do País no último século, em função dos impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
No segundo trimestre deste ano, a economia do Brasil recuou 9,7%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A divulgação do resultado do período entre julho e setembro ocorrerá no dia 3 de dezembro deste ano. Para o ano que vem, por sua vez, a previsão dos analistas do mercado financeiro continua sendo de um crescimento de 3,50%.
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Outro aspecto importante relatado pelo Banco Central nesta segunda-feira, é mais uma vez o aumento da previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), pela quinta semana consecutiva. Hoje, o autoridade monetária central do País espera que a inflação atinja 1,94% ao fim de 2020.
Na hipótese de que a expectativa do BC se confirme, a inflação permanecerá abaixo da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2020, embora mais próxima do que nas últimas semanas. O alvo definido pela autoridade monetária é de uma inflação de 4%, com 1,5 ponto percentual de tolerância, ficando entre 2,5% e 5,5%.
Para 2021, o Conselho, formado pelo Ministro do Planejamento, Ministro da Economia e presidente do Banco Central, estipulou a meta de inflação de 3,75%, passível de variação entre 5,25% e 2,25%. O relatório do BC nesta segunda-feira estima um aumento dos preços na ordem de 3,01% no ano que vem.
Taxa de juros, segundo o Boletim Focus
De acordo com o Focus, a taxa básica de juros da economia (Selic) terminará 2020 em 2%, o atual e menor patamar da série histórica. Essa é a 11ª semana consecutiva com a mesma expectativa. O IBGE informou, na última semana, que a inflação de agosto ficou em 0,24%, acima do esperado.
No mês passado, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, disse que “devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”. Para ele, já pôde ser identificada uma recuperação parcial da economia, sobretudo em função da política monetária praticada pelo BC.
Confira, em detalhes, as projeções mais importantes para 2020 e 2021:
2020
- PIB: a projeção é de uma retração da economia em 5,11%;
- IPCA: a projeção subiu para 1,94%, com uma meta central de 4%;
- Taxa Selic: a previsão fica em 2%;
- Dólar: a previsão ficou em R$ 5,25;
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit subiu para US$ 55,15 bilhões;
- Investimento Estrangeiro Direto: os economistas indicaram que permanecerá em US$ 55 bilhões;
- Déficit Primário do PIB: a previsão ficou em -12%;
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -15,30%.
2021
- PIB: a projeção do crescimento da economia continuou em 3,50%;
- IPCA: a projeção ficou em 3,01%;
- Taxa Selic: a estimativa caiu para 2,50%;
- Dólar: os especialistas continuam com a projeção de R$ 5;
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit subiu para US$ 53,40 bilhões;
- Investimento Estrangeiro Direto: a previsão subiu para R$ 66,48 bilhões;
- Déficit Primário do PIB: a previsão subiu para -2,80%;
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -6,50%.
O Boletim Focus é elaborado semanalmente pelo Banco Central. São utilizadas as projeções dos especialistas das 100 principais instituições ligadas ao mercado financeiro do Brasil.