Raízen compra Biosev (BSEV3) por R$ 3,6 bilhões e troca de ações

A Raízen, joint venture da Cosan (CSAN3) e da Shell, comprou a Biosev (BSEV3), segundo comunicado divulgado pelas empresas nesta segunda-feira (8). Os acionistas da Biosev receberão, no primeiro momento, um participação minoritária na Raízen de 5%, sem direito a voto.

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A combinação das duas companhias já era esperada há alguns meses. A aquisição da Biosev, segunda maior empresa do ramo de produção cana e de etanol, pela Raízen, a primeira, gera uma gigante do setor com capacidade instalada para produzir 100 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e com participação de 13% no mercado. Serão 35 unidades produtoras: 26 da Raízen e 9 oriundas da Biosev.

Na negociação, além das ações para os acionistas, a Biosev receberá um aporte de R$ 3,6 bilhões da Raízen, que será utilizado para diminuir a dívida da companhia, que, em 2019, resultou em prejuízos sequenciais

 

Há também no contrato o possível pagamento pela Raízen de R$ 350 milhões em um título de earn-out, que será avaliado após cinco anos do fechamento do negócio com base em certas métricas relativas ao mercado do açúcar e do etanol.

Os 5% de participação da Raízen são divididos em 3,5% de ações preferenciais e 1,4999% de ações resgatáveis, que terão valor simbólico e que foram definidas apenas para título de pagamento de dividendos por um período de 10 anos ou até que haja um chamado “evento de liquidez”.

Para a finalização do negócio de aquisição, todos os ativos da Biosev deverão ser incorporados pela Hédera, atual controladora da Biosev. Os demais acionistas receberão ações da Hédera, se assim desejarem, ou poderão optar por um contrato de venda dos papéis.

Capital de venda da Biosev será utilizado para reestruturação de dívida

A Hédera receberá a quantia final negociada com a Raízen e, com esse capital, reestruturará parte da dívida da Biosev, contabilizada em R$ 7,7 bilhões no fim de janeiro de 2021. Fora o dinheiro levantado na transação, a Hédera realizará uma nova emissão de títulos de dívida, em cerca de R$ 4,1 bilhões, para zerar todos os déficits.

A Hédera irá concentrar todos os ativos da Biosev e, posteriormente, se tornará uma subsidiária da Raízen.

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A Raízen, na contraparte, terá de aumentar seu capital social para considerar a incorporação da Biosev. A opção de compra por parte da Raízen das ações resgatáveis acontecerá nos aniversários de seis, sete, oito e nove anos após o fechamento da transação. A Hédera só podera exercer sua opção de venda no nono ano. Caso a Raízen oferte novas ações de forma primária na bolsa de valores, o processo poderá ser adiantado.

A  finalização do negócio enbre Raízen e Biosev depende também da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade. A Cosan e a Shell ficarão, no futuro, com fatias de 48,25% da Raízen cada, somando 96,5%. Os acionistas da Biosev com os 3,5% restantes.

 

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Vitor Azevedo

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