Bancos param de negociar títulos da PDVSA após sanções dos EUA

Grandes bancos suspenderam a negociação dos títulos da petrolífera estatal da Venezuela PDVSA depois que os Estados Unidos congelaram ativos da empresa, de acordo com gerentes de fundos. A informação é do G1.

A ação do governo de Donald Trump deve pressionar ainda mais a economia da Venezuela e, consequentemente, o presidente Nicolás Maduro. Com as sanções impostas pelos americanos, investidores que operam nos Estados Unidos estão impedidos de comprar títulos da PDVSA.

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“A maioria das corretoras está impedida de negociar papéis da PDVSA agora”, disse David Nietlispach, da Pala Asset Management. Segundo ele, os sistemas de negociação não exibem nenhum preço para a dívida da petrolífera. Em comparação, ao menos 20 estavam disponíveis normalmente.

Peter Kisler, gerente da North Asset Manager, afirmou que a maioria dos bancos parou de operar com as ações a fim de dar aos departamentos de compliance tempo para examinar os detalhes das sanções impostas por Trump.

Com as sanções, a PDVSA não pode mais movimentar o dinheiro e os bens que tem investido em território americano, pois seus ativos estão bloqueados.

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A razão política das sanções à PDVSA

O objetivo do governo americano é punir o governo de Nicolás Maduro, que assumiu no começo do mês um controverso segundo mandato. A democracia do país se deteriorou e a crise econômica levará ao êxodo de mais de cinco milhões de venezuelanos em 2019, estima a ONU.

Na última semana, manifestações levaram milhares de cidadãos às ruas de Caracas. Durante os protestos, o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, fez um pronunciamento aos manifestantes, reafirmando que se autodeclara o presidente interino da Venezuela.

Imediatamente após a declaração de Guaidó, Donald Trump o reconheceu como chefe de Estado legítimo do país e conclamou outras nações do Ocidente a fazer o mesmo. Durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento em conjunto com líderes de Colômbia, Peru e Canadá. Todos eles reconheceram Guaidó como o novo presidente da Venezuela. O líder venezuelano diz que fará um governo de transição, para garantir que sejam feitas eleições diretas para escolher quem irá ocupar efetivamente a cadeira da presidência da república.

Guilherme Caetano

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